O Presidente da República disse hoje que o encontro do Fogo deve servir para mostrar a importância das reservas da Biosfera na preservação da biodiversidade, promoção do desenvolvimento sustentável e construção de pontes entre as nações.
“Acredito que a singularidade das paisagens vulcânicas da ilha do Fogo, ou das belas salinas da ilha do Maio, associada à diversidade faunística e florística, os históricos monumentos edificados, como os sobrados da Cidade de São Filipe, as famosas festas populares como Banderona e São Filipe (no Fogo) ou Nossa Senhora da Luz (no Maio), a rica e diversificada gastronomia das duas ilhas, são elementos (…) que terão pesado na decisão de incluir estas duas ilhas no Programa Man and Biosphere da UNESCO», referiu José Maria Neves.
José maria neves, que presidiu hoje à abertura dos trabalhos do II Encontro da Rede de Reservas da Biosfera da UNESCO da Comunidade dos Povos da Língua Portuguesa, CPLP, avançou ainda que este intercâmbio entre os falantes do português pode representar o estreitar de relações entre pessoas que falam a mesma língua e um maior vigor no conhecimento e na criação de novos hábitos mentais e mais eficiência e eficácia na forma de decidir e de fazer as coisas.
“Este é, na verdade, um espaço propício para compartilhar experiências, estratégias e desafios, fortalecendo a nossa cooperação em prol da preservação ambiental e cultural”, destacou José Maria neves, sublinhando que enquanto Presidente da República e defensor incansável da preservação do património natural e cultural em África é um privilégio marcar presença neste encontro.
A cultura, particularmente a língua, é no dizer de José Maria Neves uma poderosa ferramenta de união dos povos e de desenvolvimento sustentável, e que num mundo onde as questões ambientais transcendem fronteiras, é importante continuar a colaborar e trabalhar em rede para enfrentar as ameaças comuns como as alterações climáticas, a poluição e a perda de biodiversidade.
“Para a manutenção do Estatuto das Reservas da Biosfera, mais do que os resultados quantificáveis, é preciso que os resultados finais se traduzam numa maior equidade e justiça social e ambiental. É importante que cada país tenha em pauta a boa governança, assente em princípios de descentralização, de participação, de transparência, de responsabilidade e de prestação de contas”, defendeu José Maria Neves.
Para o chefe de Estado, é necessário continuar a aperfeiçoar os mecanismos de formulação e implementação das políticas públicas voltadas à gestão dos recursos naturais e do ordenamento do território.
O Presidente da República indicou que a agenda 2030 das Nações Unidas é uma âncora para o sucesso da gestão das Reservas da Biosfera e um caminho seguro para reforçar as acções no domínio da preservação do património natural e cultural e para tal é fundamental o envolvimento de todos.
“Para Cabo Verde, país frágil, económica e socialmente, onde os impactos das alterações climáticas são verificados de forma contínua e significativa, as Reservas da Biosfera representam uma oportunidade para promover o desenvolvimento socioeconómico mais robusto e resiliente, por via do turismo sustentável, da economia verde e azul, e ainda através do reforço da conservação e uso sustentável de recursos naturais, culturais, históricos e patrimoniais”, advogou.
José Maria Neves referiu ainda que o grupo de 24 sítios classificados como Reservas da Biosfera que integram o espaço da CPLP tem o mérito de privilegiar o trabalho em rede, explicitando que se trata de uma forma de promover a dinamização de actividades conjuntas, partilha de informação e experiências, discussão de iniciativas futuras para uma maior eficácia na gestão das Reservas da Biosfera da UNESCO dentro da CPLP.
“Enquanto Champion da União Africana para Preservação do Património Natural e Cultural e Patrono da Aliança da Década do Oceano, exercerei toda a minha influência, para que os resultados da gestão das Reservas da Biosfera da CPLP sejam cada vez mais promissores”, afirmou.
José Maria Neves lembrou ainda que as diversas problemáticas ambientais vivenciadas ao longos dos últimos dois séculos, e com maior acuidade para a emergência climática actual, revelam a urgência de o homem mudar profundamente a sua relação com a natureza e outros seres vivos do planeta, sublinhando que só através de uma convivência harmoniosa e saudável com todos os elementos que compõem a natureza, o homem poderá trilhar o caminho da prosperidade.
A aposta no aperfeiçoamento da relação do homem com a natureza e os restantes seres vivos é uma questão existencial, referiu o PR, advogando que as Reservas da Biosfera devem capitalizar a valorização e conservação das paisagens e dos ecossistemas como importantes activos para o desenvolvimento social, económico, cultural e ecológico e atuar como plataformas de investigação, monitorização, educação e sensibilização, mobilizando todos os atores relevantes para o processo.
Para o mesmo, a classificação das ilhas do Fogo e do Maio como Reservas Mundiais da Biosfera é relevante por tudo o que caracteriza este arquipélago de 10 ilhas e vários ilhéus, designadamente a insularidade, a vasta e rica área marinha e costeira, os emblemáticos ecossistemas montanhosos e húmidos, as extensas terras áridas e semiáridas, bem como uma destinta geobiodiversidade e cultura.
«Acredito que a singularidade das paisagens vulcânicas da ilha do Fogo, ou das belas salinas da ilha do Maio, associada à diversidade faunística e florística, os históricos monumentos edificados, como os sobrados da Cidade de São Filipe, as famosas festas populares como Banderona e São Filipe (no Fogo) ou Nossa Senhora da Luz (no Maio), a rica e diversificada gastronomia das duas ilhas, são elementos (…) que terão pesado na decisão de incluir estas duas ilhas no Programa Man and Biosphere da UNESCO», referiu José Maria Neves.
A Semana com Inforpress
12 de março 2024
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