A companhia aérea cabo-verdiana (TACV) regressa esta terça- feira aos voos domésticos em Cabo Verde, quase sete anos depois, e vai operar a partir dos quatro aeroportos internacionais, anunciou a empresa.
A Transportadora Aérea Cabo-verdiana, que opera com o nome comercial de Cabo Verde Airlines (CVA) anunciou que vai retomar as operações “em regime de complementaridade” com a TICV, detida pela angolana Bestfly, a única que faz as ligações aéreas entre as ilhas, através de uma concessão estatal.
A companhia indicou que vai começar a operar de e para os quatro aeroportos internacionais da Praia, Sal, São Vicente e Boa Vista.
O objetivo, prosseguiu a mesma fonte, é aumentar a mobilidade entre as ilhas, que ao longo dos anos tem sido imprevisível, causando muita indignação no país.
“A programação está projetada para facilitar as conexões entre as ilhas e ao mesmo tempo aumentar a conectividade com os voos internacionais”, referiu a TACV, que pretende ainda “maior circulação do tráfego doméstico e turístico.
A companhia deu conta que os voos serão distribuídos a partir de hoje pelos agentes de viagens e no seu site oficial (www.caboverdeairlines.com), onde já se pode fazer pesquisas de voos da Praia para o Sal e São Vicente, e vice-versa.
O ministro do Turismo e Transportes de Cabo Verde, Carlos Santos, anunciou na segunda-feira, em declarações à Lusa, o regresso da TACV aos voos domésticos, com um avião alugado à Air Senegal.
O ministro reconheceu os “solavancos” que têm acontecido nos transportes [aéreos] interilhas, motivados pela “crescente” procura turística, mas também pela “fraca capacidade” de resposta da Bestfly.
Carlos Santos disse que a alternativa é “estruturante e definitiva”.
Além dos quatro aeroportos internacionais, Cabo Verde tem aeródromos em São Nicolau, no Maio e no Fogo.
Em 31 de julho de 2017, erros de gestão e dívidas levaram o Governo a avançar com a reestruturação da TACV, cuja primeira medida foi o fim das ligações domésticas, 59 anos depois.
Desde então, as ligações aéreas interilhas são operadas por uma única companhia, atualmente a angolana BestFly, que comprou a maioria do capital da TICV, antes detida pelos espanhóis da Binter.
Em março de 2019, Cabo Verde vendeu 51% da operadora por 1,3 milhões de euros à empresa islandesa Loftleidir e empresários daquele país.
Entretanto, na sequência da paralisação da companhia durante a pandemia de covid-19, o Estado assumiu a posição, alegando vários incumprimentos e dissolvendo os corpos sociais.
A companhia aérea faz ligações internacionais com Lisboa (Portugal), Paris (França) e Bérgamo (Itália) e tem ainda nos planos a retoma dos voos para Brasil, Bissau (Guiné-Bissau), bem como abrir ligações para Boston (Estados Unidos).
A TACV foi fundada em 1958, tendo até 1984 operado apenas nas ligações domésticas.
No ano seguinte, iniciou as ligações internacionais com a abertura da linha Sal - Lisboa - Sal, tendo gradualmente conquistado novos mercados também a nível regional.
A Semana com Lusa
28 de Fevereiro de 2024
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