Organizações da sociedade civil dos países membros do G20 apelaram hoje na cidade brasileira do Rio de Janeiro para que se intensifique a luta contra as alterações climáticas e se redobrem os esforços para erradicar a fome.
Na declaração final, as organizações apelaram a um maior compromisso para mitigar as alterações climáticas e pediram mais esforços e ações para reduzir as emissões de carbono, através da promoção das energias renováveis e do apoio às comunidades vulneráveis afetadas pela crise climática.
Na declaração final do G20 Social, a que a agência Lusa teve acesso, os líderes da sociedade civil apelam aos países das 20 maiores economias do mundo que adiram com “urgência e prioridade máxima” à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, promovida pelo chefe de Estado brasileiro, Lula da Silva.
Esta aliança pretende acelerar o progresso na eliminação da fome e na redução da pobreza, superando as metas estabelecidas na Agenda 2030.
A 08 de novembro, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, declarou que Portugal se associa à Aliança do G20 Contra a Fome e a Pobreza como membro fundador e que o faz "com grande empenho e entusiasmo".
O G20 Social antecedeu a cimeira de líderes do G20, que reunirá os chefes de Estado das maiores economias do mundo na cidade brasileira na próxima segunda e terça-feira.
Na declaração final, as organizações apelaram a um maior compromisso para mitigar as alterações climáticas e pediram mais esforços e ações para reduzir as emissões de carbono, através da promoção das energias renováveis e do apoio às comunidades vulneráveis afetadas pela crise climática.
A reforma da governação global, principalmente no Conselho de Segurança da ONU, com maior participação dos países do chamado sul global foi um dos apelos da sociedade civil.
Outra das propostas foi a adoção de um imposto global sobre os super-ricos para reduzir as desigualdades, um dos objetivos da presidência brasileira para o G20, que parece ter perdido força ao longo dos meses dada a fraca adesão dos países.
Sem consenso entre os ministros das Finanças, a criação do imposto depende agora de uma decisão política dos chefes de Estado, mas o acordo é difícil diante da resistência de países como Estados Unidos e Alemanha.
Entre os países que já declararam o seu apoio estão França, Espanha e África do Sul, que assumirá a presidência temporária do fórum na próxima semana, no lugar do Brasil.
Portugal, por exemplo, já disse estar aberto à ideia da presidência brasileira no G20 de criar um imposto global para super-ricos.
"O imposto para os super-ricos é algo que merece estudo e consideração, ao qual estamos abertos", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, em julho, aos jornalistas, à saída de uma reunião do G20.
Ainda assim, ressalvou o ministro português, "não estão totalmente definidos os seus contornos".
Os líderes das principais economias reúnem-se a partir de segunda-feira no Brasil para a cimeira do G20, na qual vão discutir reformas das instituições internacionais, transição energética e adesão a uma aliança contra a fome.
As reuniões de segunda-feira e terça-feira no Rio de Janeiro serão presididas pelo chefe de Estado brasileiro, Lula da Silva, país que este ano assumiu a liderança do grupo das 20 maiores economias do mundo, que agregam cerca de dois terços da população mundial, 85% do PIB e 75% do comércio internacional.
Para além dos representantes dos países membros plenos do grupo, mais a União Europeia e a União Africana, são esperados representantes de 55 países ou organizações internacionais, entre os quais Portugal - país convidado pelo Brasil -, que será representado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, Angola e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Ao longo dos dois dias serão realizadas três reuniões que correspondem às três prioridades estabelecidas pela presidência brasileira: inclusão social e luta contra a fome e a pobreza, reforma da governação global e transição energética e desenvolvimento sustentável.
A Semana com Inforpress
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