Cabo Verde vai abrir novas embaixadas no Reino Unido, Qatar e Japão, anunciou o ministro cessante dos Negócios Estrangeiros, Rui Figueiredo Soares, numa entrevista à televisão pública para balanço da chefia da política externa.
“Vai abrir proximamente a embaixada no Reino Unido e estão na forja embaixadas no Qatar e Japão, no próximo ano”, referiu o governante, em entrevista à Televisão de Cabo Verde (TCV), no domingo.
Rui Figueiredo Soares chegou à reforma, após 33 anos de vida política ativa, mas antes de deixar o cargo - o Presidente cabo-verdiano nomeou hoje, sob proposta do governo, José Filomeno de Carvalho Dias Monteiro como novo ministro - referiu que Cabo Verde deve continuar a ser “um parceiro previsível” para o mundo, com estabilidade.
No âmbito regional, referiu que o país “está a fazer tudo” para trabalhar mais de perto com Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) de que faz parte.
Ao criar uma embaixada na Nigéria (em 2021), Cabo verde espera “estar mais perto das decisões, problemas e soluções da CEDEAO e contribuirmos para que esta organização se fortaleça”, referiu.
A saída anunciada de três países (Mali, Burquina-Faso e Guiné-Conacri) “não augura bons dias para a organização”, que deverá precisa de “novas formas” para se estruturar, acrescentou.
“Cabo Verde deve ter um papel mais ativo”, reiterou, remetendo para breve a resolução do “irritante” relativo a pagamentos atrasados da taxa comunitária, que no final de 2023 rondavam 28 milhões de euros.
“O Ministério das Finanças criou uma equipa técnica que preparou uma solução” para que seja regularizado o processamento daqueles valores, concluiu.
O Presidente cabo-verdiano nomeou hoje José Filomeno de Carvalho Dias Monteiro como novo ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, anunciou em comunicado.
A nomeação foi proposta pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, e a cerimónia de posse está agendada para quarta-feira, às 12:00 (14:00 em Lisboa), no palácio do Presidente da República.
“Não me cansei do MNE, nem da política cabo-verdiana, estarei sempre disponível para outras atividades que sirvam o país, mas há um tempo para tudo”, explicou Rui Figueiredo Soares, na entrevista de domingo.
“Disse sempre que, antes dos 70, poria ponto final na atividade politica para me dedicar a outras paixões, nomeadamente a docência na área do Direito”, atividade a que se dedicará agora, na Praia.
A Semana com Lusa
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