domingo, 06 outubro 2024

Cabo Verde: Uma Nação Descontente

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A democracia é um conceito científico-político edificado em Atenas, na Grécia antiga. É um sistema governativo alternativo à tirania, onde o processo jurídico permite a cada cidadão exercer o seu direito de cidadania pelo voto único, secreto e universal em defesa dos interesses públicos no estado república.
 
Por Péricles Tavares
 
 
Ao longo da História aprendemos a lidar com os diversificados sistemas de governação, como a monarquia, a aristocracia, a ditadura, até ao extremismo dualista. A democracia é a mais chantagista, é, também, aquela que mais falha e a que mais flagela o coletivismo social pela sua incapacidade de resposta aos conflitos internos com consequências gravosas, pois não combate, nem golpeia a corrupção como violência maior, um imperdoável crime cometido, e a cometer, pelo governante sem escrúpulo e transeunte na praça pública de impunidade.
 
Num mundo desigual não haverá meio científico para o tornar igual, e cada vez mais se perde o controlo pelo comportamental humanista, desde os iluministas durante a revolução francesa ao populismo da era trumpista, tudo está a evoluir e a globalizar com o surgimento galvanizante da extrema-direita na Europa e na África.
 
É de observar um quanto se tornou alastrante pelos continentes após a Segunda Guerra Mundial, ou até mesmo a Guerra Fria, uma tendência ascendente à ultradireita, uma sinalização inequívoca de desconforto com o regime tirano, demonstrado através de protestos e da revolta dos cidadãos em alarido e desespero permanente, insatisfeitos com promessas da demagogia política apregoada pela pantomina, uma característica do corrupto político, valendo-se sempre da democracia como instrumento do populismo, uma metodologia perfeita para atingir os fins de lavar e engomar a roupagem da república para os sucessivos festivais em tempo das campanhas eleitorais.
 
O mundo oprimido se libertou pela prontidão idealista dos regimes da extrema-esquerda, à baila com os poderosos, como a China, a Rússia e demais, onde os partidos comunistas do antes e de agora, estão representados no parlamento minoritário, ou maioritário, na governação. Em África e na América Latina, estão organizados em partidos denominados como vendaval de mudança de um comportamento existencial, com o povo a exigir mais.
 
Será para o bem e para a sanidade da mente lusófona lembrar que o 25 de Abril de 1974 só foi possível conquistar pela luta intransigente da estrema esquerda progressista, o Partido Comunista Português (PCP) ou o Partido Socialista (PS), doutrinário marxista de severo combate ao regime totalitário da batuta salazarista suportada pela União Nacional (UN), o primeiro partido da extrema-direita.
 
Daí que, na atual conjuntural administrativa governativa partidária institucional, se deparem com a presença da extrema-direita opositora com uma camuflagem, a Aliança Democrática (AD), a alternar a governação e ofuscando a oportunidade, através de bloqueio ao Centro Democrático Social (CDS), num combate sem trégua contra a ultradireita florescente imparável.
 
Falo do partido CHEGA, de Portugal e dos Portugueses, sob a liderança do carismático André Ventura a dar as cartas. Tudo é acontecimento, tanto mais em vias de acontecer para o despertar das gerações que no momento poderá ser um fenómeno social a curto prazo para ser aceite como fato processual natural. Antevê a Constituição da República em todos os estados lusófonos a livre constituição em partidos na sociedade civil. Das más políticas às degradantes políticas aplicadas contra a manutenção continuada das políticas públicas, tudo isto enfraquece o poder de soberania e desfalca o estado social, com alarmismo e alaridos, o cheiro a chamusco de alta corrupção é inadmissível no aparelho do estado, com o desprezo pelos mais vulneráveis há sempre quem se levanta e chega mais adiante para dizer, fazer ouvir o CHEGA, o BASTA!
 
Os partidos do fiasco democrático levantam-se em comemoração da Revolução de Abril de 1974/2024, todos do foro da cumplicidade extremista. O extremismo surge para melhorar e libertar o sistema de um regime governamental em permanente sufoco, impedindo que a tirania volte a usurpar o povo dos consagrados direitos conquistados, e a conquistar, enquanto os republicanos convictos observam o jogo democrático e apenas votam para desempatar.  
 
A democracia prevalece com a justiça social, com a luta pelos direitos entre todos e para todos, com os direitos fundamentais à liberdade, à dignidade e à igualdade, esta última de merecimento de conquista individual pela oportunidade, também ele um direito.
 
A memória do povo, a história de uma nação, e os crimes seguidos de assassinatos pela extrema-esquerda à extrema-direita em terras lusófonas, continuam à espera do juízo final, e mesmo assim, de mãos manchadas pelo crime, os tidos sem achados democratas comemoram a liberdade, enquanto povos continuam a ser oprimidos pelo regime, por guerras, por matanças pelo poder.
 
Os baixos rendimentos das famílias, que gritam e reclamam por melhores condições de vida além trabalho, apenas se devem ao trabalhado ancião na portugalidade, na cabo-verdianidade, com a juventude em fuga para a emigração, e a terceira idade minguando ainda com a esperança, ou desesperança, aturdida, confuso pela fome sem matar, mas a ser morto, como o grito do professorado que não se ouve, conformado e que vive formatando covardes sociais seguintes.
 
A estrema direita existe porque tem povo que acredita, tem eleitorado que deposita confiança, que elege os combatentes libertadores da pátria contra os lacaios internos, tiranos e corruptos.
 
Lutar contra o extremismo e o populismo, parafraseando Samora Machel, “É o mesmo que travar o vento com as mãos”.
 
Qualquer tentativa em denigrir e condicionar os avanços da ultradireita sem factos direcionados para o comportamento social menos digno, com a sociedade e a humanidade, através de diversas expressões tais como o racismo, a xenofobia, o nacionalismo exacerbado e outras descrenças que não passam de projeto para a sobrevivência política, com prescrição processual criminal da gentalha do colarinho branco.
 
Dos rotulados da esquerda à direita democrática, é de notar os frutos produzidos, os valores que os extremos defendem de longe, em nada convincentes como resultados, a mudar para recuperar a dignidade, onde ninguém padeça em defesa do tacho do imbecil tirano, sentenciado corrupto que mesmo depois da partida, sempre é tempo de julgamento justo.
 
Eu, Péricles Tavares, como republicano, defendo os ideais da república a três dimensões: Liberdade, Dignidade e Igualdade. Uma Democracia Expressiva.
 
Agora é chegado o momento exato para confortar Cabo Verde, onde os políticos de sempre recorrem ao passado de cinco décadas de acontecimentos marcantes, numa guerra sem soldados, sem armas e sem quartel, e onde a proclamação da Independência de território achado, tanto despovoado como povoado a despovoar, aguarda a próxima leva do destino ao desconhecido e à  terra de outros, hoje categorizado república do estado nação de expressão portuguesa no Atlântico Médio.
 
Cabo Verde ascendeu à categoria de estado pela doutrina comunista extremista e, como extremista, o Partido Africano pela Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGCV) levou a sua doutrina avante, mas em nada tem a ver com a realidade e vivência da gente no arquipélago, cedo confrontados com divórcio a rogo de incompatibilidade entre os dois povos e nações desiguais, com a separação dos interesses instalados de ambas as partes. É na forja desta separação que se cria um novo partido para representar Cabo Verde na arena da política internacional, o Partido Africano pela Independência de Cabo Verde (PAICV), parte da família comunista, e ainda da extrema-esquerda que durará os quinzes longos anos, e que levará à construção do estado, do partido único, através do estadista Pedro Pires.  
 
Pedro Pires, cabo-verdiano, cidadão integro e incorruptível, cedeu à pressão vinda do exterior da diáspora patriota, através do partido do centro progressista, com um centralismo democrático, a estoica União Caboverdiana Independente e Democrática (UCID), que entra em cena com o revogar da Carta Magna, Artº 4º, uma abertura política, uma oportunidade.
 
A extrema-direita, o Movimento pela Democracia (MPD), de 1990, vem a tempo das privatizações, das vendas ao desbarato, de roubos do alheio nacional, através dos terrenos herdados, ou deserdados, com as vendas ao desbarato dos bens comuns públicos urbanos e rústicos, e a notável acumulação de riquezas ilícitas de gente que um dia foi pobre, mas, mais velhaca de sempre, a corrupção descarada de gente que dantes parecia ser de absoluta seriedade e sensatez. Torna-se imperioso o aparecimento de gente ordeira para conduzir os destinos da república, gente que CHEGA e BASTA!
 
Estamos a viver um tempo de mudanças radicais de comportamentos e de transferências de valores à geração do pós-Independência, capacitadas a assumir as responsabilidades legitimas sem atropelos dos esqueletos do antes.
 
Talvez a grande e maior confusão social seja e será ainda por algum tempo, a democracia apregoada e de fachada por gentalha da política, que nada assimilam, nada entendem, nada têm para transmitir de bom como exemplo cívico de cidadão honrado, e onde em lugar da mentira, têm a vingança e a hipocrisia de toda a dimensão da palavra. Esperemos que prevaleça o ensino das virtudes, da moralidade e da decência.
 
À Juventude nacional cabo-verdiana, não vos deixarei órfãos e reféns dos tiranos, submetidos à tirania dos fantoches democratas, contem com o Péricles Tavares, cabo-verdiano MAIOR!
 
Cidadela, Abril de 2024.

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