domingo, 06 outubro 2024

Desigualdade Social: Um Pecado Governamental

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A desigualdade é um facto existencial que aguarda pela bendita fórmula mágica, ou milagrosa, para a combater e aniquilar em definitivo. É de considerar que tudo o que se equipara, seja igual e possível de um caso de obediência constitucional, que segue a passos largos para a poda da desigualdade entre as classes sociais, devido ao oposto que diferencia os homens, o sábio do néscio, o rico do pobre, o justo do corrupto, e por aí adiante.

Por Péricles Tavares

Em tempo de crise e dificuldades, urge desvendar novos caminhos como vias alternativas para reverter ao ínfimo o infortúnio que martiriza os nossos semelhantes que não conseguem sobviver com absoluta dignidade, para eles a nossa solidariedade. O tempo da segregação racial, económica e de gênero de outras épocas aos dias presentes, o espírito do conhecimento atento excomunga.

Reorganizar o estado pela normativa de que os governantes devem agir de forma solidária, sendo esta tendência o primeiro combate às desigualdades. Todavia, catapulta o cidadão para as oportunidades igualitárias que vai desaguar no mar social justo, onde apenas pela empatia se consegue aumentar a autoestima, combater a depressão e doenças do foro mental, e proporcionar o bem-estar da população.

Solidariedade significa socorrer, doar a quem tem falta, do empreendedor às pessoas que não conseguem soletrar e mastigar o empreendedorismo, doar com transparência, com a recolha das dádivas, como bens comestíveis essenciais às necessidades primárias desta gente honesta.

Existem, e merece a consideração e confiança de todos no ideal sentido, a possibilidade de reduzir os pedintes infantis, os adultos idosos, os desocupados e desabrigados, desagasalhados e famintos, deambulantes pelas ruas dos grandes centros urbanos no horário do sol rei, todos merecidos de uma gota de água. A solução é simples: a identificação de um suficiente governante realizador dos sonhos, um lutador incansável contra as desigualdades, e merecedor do voto social.

A insatisfação faz do homem um ser político com capacidade de iniciativa e fiscalização das políticas públicas, por sentença própria, os atos governativos a todo tempo que durar a legislatura, devendo apenas regozijar com o bom alcançado, e também censurar o mau por desleixo penalizado, deve avaliar por critério de execução das políticas, mediante consulta de dados concretos e transparentes, o que transvasa para a comunicação via eletrônica dos órgãos de soberania.

A informação é um direito do cidadão, devendo priorizar o emprego jovem com qualificação e remuneração satisfatória em todas as áreas do desenvolvimento humano, científico e econômico, e fazer valer do veículo que é a Internet para se distanciar de “fake news” como partilha, sendo este o diabo da comunicação à distância, mas se usarmos tudo pela positiva, torna-se uma grande arma no combate às desigualdades.

De facto, foi pela educação cultural civilizacional que o homem se viu livre da escravatura e enveredou pela luta contra as desigualdades, ao apelar pelos direitos humanos enquanto base e padrão para a vida em convivência condigna, com uma profissão, ou especialização, recebendo o salário justo, uma exigência da juventude nacional caboverdiana.

Toda a oportunidade advém da educação. Para estender o horizonte do saber para uma melhor percepção do mundo, temos que melhorar a literacia, preparar de forma confortável para o mundo operativo pela interação através da inteligência artificial, este um brutal desafio. Vivemos em tempos difíceis, desde as alterações climáticas ao aquecimento global provocado pelo humano na ganância da supremacia econômica de ser, ser denominador polui contra a sua própria existência no planeta-hospedaria de todos. Os tempos que se vislumbram exigem de cada habitante terreno mais atenção, mais responsabilidade para com a preparação e treinamento da juventude do presente e futuro.

A lamentável e desnecessária desigualdade entre gênero masculino e feminino, homem e mulher, que ainda prevalece é lamentável. Ambos são cidadãos, seres humanos servindo a mesma nação, de igual modo contribuem para o crescimento econômico nacional e internacional. A discriminação na base do sexo não faz sentido. Faz sentido sim a equidade, o mérito e a competitividade em todos os domínios do quotidiano nacional como esmerado enfoque para cargos políticos em liberdade sem sofisma, excluindo a cedência percentual como atribuir alguém o direito antes de adquirido. Os cidadãos são todos iguais perante a lei, assim o diz a Carta Magna. É um absurdo resolver o conflito da desigualdade pela imaturidade e desinteresse, recorrendo e substituindo o problema para a paridade comparativa igualitária.

Em Cabo Verde, a Constituição contempla a igualdade de oportunidade aos cidadãos em todas as circunstâncias, e condena todo o tipo de possível discriminação para melhor qualificar e dignificar o cidadão para o bem ou para o crescimento do indivíduo sem verificação genital debaixo da severa orientação da Carta das Nações Unidas no concernente, os Direitos Humanos.

Nestas ilhas atlânticas de democratas iliterato tenta-se a toda a velocidade ludibriar as mulheres de invulgar clarividência cultural, as iluministas deste tempo novo à conquista de espaço digno, de merecimento do ser humano resiliente e inconformado, valendo-se da injustiça em prejuízo da economia.

Cabo Verde é um estado desigual, é um país em que as pessoas vivem debaixo das desigualdades de tremenda desproporcionalidade e onde o progresso retarda os meios de subsistência reduzida, ao condicionar ao ensino básico, médio e superior, assim como a formação profissional, dando emprego sem olhar a quem, e optando pelas políticas públicas abrangentes. Só combatendo o negativismo social, inovando e promovendo os cidadãos em igualdade e fraternidade, a começar pelo mais fraco, ou alguém que mais carece, uma pessoa que busca de complementariedade nacional, teremos algum tipo de ganho. Esta é uma etapa a vencer no campo político ideológico.

Os seres humanos sonham viver um sonho encantador, possível de realizar e concretizar, com Cabo Verde, pelo cabo-verdiano, a elevar na pátria de todos os desiguais a iguais em matéria de participação e crescimento, o progressismo nacional.

Para que todo o sonho tenha um acordar, uma recordação feliz, bom será educar o espírito contra a violência no domicílio baseada no gênero e restituir à mulher os direitos de cidadão e de cidadania pelo imbecil rotulado frouxo machista.

A salvação económica para Cabo Verde assenta na inclusão social, nas atividades públicas e privadas à mercê de todos, com o estado como regulador de todo sistema e pela mão invisível injetar capital para alavancar a economia mercantilista interna, com a industrialização dos recursos naturais em território nacional pelos residentes.

Há mar e mar, e é neste mar tão nosso que devemos buscar e transformar em riqueza para combater as desigualdades que se teima a perpetuar no meio das classes por um governo transtornado pela alzheimer, incumpridor dos deveres de governação.

As desigualdades sociais e de gênero são temáticas a debelar por cada estado de direito político baseado no princípio da social-democracia a favor dos direitos humanos como resposta exemplar aos estados corruptos, ou estados de terceira classe, estado de terceiro mundo à espera de mão estendida do desprezo para combater as desigualdades de gênero, que muito descredibiliza a função organizativa do estado pleno.

Ainda em tempo primaveril no arquipélago dos cabo-verdianos, dos cetáceos e crustáceos vagabundos e abundantes no espaço para além da ilha, as ilhas são para admiração de todos os navegantes, traficantes, comerciantes, prostitutas e políticos condicionados às desigualdades de tratamento, de comutabilidade entre todos para a expansão das atividades econômicas, de estudo, de lazer turístico com consequências a curto prazo que são insuportáveis para as comunidades.

Falo dos transportes aéreos interilhas sem prazo de retoma à normalidade, falo de igual modo, e com preocupação, dos transportes marítimos, das embarcações domésticas de cabotagem que circulam em distribuição de mercadorias de cadeia alimentar em situação de carreira irregular. Tudo somado resulta na enorme cegueira de inteligência em ato de planificação a executar por laxistas da cúpula governativa que desde sempre primaram o eleitorado pela desalmada incompetência.

Cabo Verde está de tanga, o governo de cócoras, à espera do benevolente financiador dos maus hábitos e costumes, do doador de cereais e perdoador da dívida (ou calote), um empecilho persistente à volta dos cinquenta anos como ponto de partida, a Revolução dos Cravos de Abril de 1974 e da independência nacional, em Julho de 1975. Uma crise de valores que muito tem contribuído para as desigualdades sociais a beneficiar tiranos corruptos, um percurso histórico pela negativa que está longe do fim.

Cabo Verde precisa sim dar a volta à situação de subserviência internacional, precisa de descobrir no mar das suas ilhas o sustentáculo de sobrevivência digna de um povo concomitante dotado de regras e rumo definido a seguir e cumprir.

A desigualdade social em todos os parâmetros é um erro, um pecado político penalizante pela ação discriminatória, e cabe ao discriminado, o cidadão eleitor, julgar da forma que entender ser a mais conveniente e convincente para o bem e felicidade de todos em harmonia e paz.

Cabo Verde é de todos, o começo para a solução!

Cidadela, abril de 2024

 

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