sábado, 27 dezembro 2025

EU, AUTODIDATA CABO-VERDIANO, A SENTIR DESILUDIDO NO MEU PAÍS, QUE SE AUTO PROCLAMA DE PAÍS DE LIBERDADE DE EXPRESSÃO

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Cabo Verde, um país de 10 Ilhas , situado na costa ocidental africana, foi descoberto e povoado pelos portugueses, com gentes trazida da costa ocidental africana, (escravos negros), e “semiescravos brancos” trazidos dos Açores e da Madeira, que  foram os primeiros autodidatas que começaram a escrever a história das ilhas. Aprenderam a viver e conviver no que viria a ser um País e onde não existia nada e foi usado inicialmente como ponto estratégico do (tráfico negreiro) na venda de escravos africanos, para as Américas e Europa.

 

Por Efrem Soares

Nove ilhas, que gradualmente foram povoadas, num período de 500 anos, e alcançaram o desenvolvimento que regista, ainda que condicionado pelas agruras do clima, massacrado pelos ventos alíseos dada a sua situação geográfica e limitado por não existir recursos naturais, além do mar, vento e sol.

Que em 1963, os filhos do cruzamento das gentes trazidas do continente africano e europeu, que, se sentiam colonizados pela aristocracia portugueses, com a sua evolução autodidata, resolveram lutar pela sua independência, que veio a acontecer em 1975.

Esses mesmos autodidatas governaram o país a partir do ano 1975, na opção política de centro-esquerda, que no poder usaram o sistema do partido único, mas, no evoluir dos anos, transitou para esquerda com tendência extremista e quinze anos depois, internamente, no regime do partido único, um grupo, de também autodidatas da opção politica da direita, rompeu com o regime do partido único, em 1990, e assumiram as rédeas do País, com o sistema politico democrático de multipartidarismo, com eleições sufragadas nas urnas, onde estiveram bem, no primeiro mandato de cinco anos.

No segundo mandato, começaram a sentir donos de tudo, tipo de extrema-direita!  Teoricamente, demostram pertencer ao centro-direita e na prática, claramente, com comportamento de extrema-direita, em que tudo querem vender e privatizar para acumulação de riqueza, na classe política e empresarial, enganando o povo com migalhas, tornando o País totalmente dependente do exterior novamente, porque não deixaram o País afirmar como um povo autónomo, tecnicamente e culturalmente, ao partir à procura da independência económica e financeira, sem estruturar devidamente o País.

Eu sou um autodidata, que nasceu na colónia portuguesa e evoluiu nos dois ciclos pós-independência.

Que aprendeu na marra no processo da evolução deste País, que se tornou num País da política do bipartidarismo, que para entrarem no poder prometem mundos e fundos e depois o extremismo vem à tona.

Fala-se da liberdade de expressão, mas é só no papel, depois dos cinquenta e um anos de trabalho na afirmação da produção de energia e água no País, dando uma vida de dedicação e evolução, em que de limpador do chão e máquinas em 1974, como autodidata, num longo percurso de aprendizado, tornei Eng. Mecânico Prático pela empresa.

Iniciei a criticar a minha empresa desde 2011, altura em que as coisas não iam bem e que entrou para PCA da empresa o homem que tirou a empresa do buraco, Dr. Alexandre Fontes.

Entregando em 2016 uma empresa não perfeita, mas em boas condições laborais, que para muitos estava perfeita e sentaram-se na água, de onde, num espaço de seis anos passou por três Conselhos da Administração, com objetivos outros que não têm nada a ver diretamente com a vocação da produção de energia no ramo da produção térmica.

Desnorteando a empresa por completo, tornando-a num caos nacional, acredito que as minhas críticas trouxeram e trazem luzes para a nossa empresa e para a população, porque falo de verdades e de realidades vividas na mesma, que não querem ouvir nos sistemas partidários da governação.

Pela primeira vez em cinquenta e um anos de trabalho, sou advertido com um processo disciplinar por desacato ao regime, após em janeiro deste ano de 2025, ser retirado do cargo de chefia bruscamente, cargo esse em que estava cansado de manifestar a minha insatisfação, porque já passava dos limites do suporte humano, com mais de 20 anos no mesmo cargo e prolonguei até os trinta anos, porque diziam sempre que deixava muita falta neste sector da manutenção mecânica.

Acabei por ser banido, por opção politica de extrema-direita e colocado na prateleira, modalidade praticada na empresa ultimamente, por ter feito um anúncio no jornal online A Semana, em 08/01/2025, falando do atraso na construção da central da expansão da produção de energia no Sal, por quase oito anos, e hoje, dia 29/10/25, sou  vítima do referido processo disciplinar, por escrever na minha pagina do Facebook, que” a ELECTRA é uma das empresas onde a incompetência está chefiando, porque não as consigo chamar de liderança infelizmente, criaram a cultura da prateleira e a direção dos recursos humanos é uma miragem”.

Empresa ELECTRA, que pertenci no passado, porque agora sou quadro técnico da EPEC, neste caso não se trata de uma incongruência? Fica esta pergunta no ar às expertises na matéria para me esclarecer! porque já vi xingamentos dos mais cabeludos nas páginas do Facebook da empresa e não foram apresentadas queixas ou instaurados processos disciplinares, sendo que eu escrevi na minha página privada para os meus amigos.

A conclusão que tiramos é que Cabo Verde está transitando de um País de autodidatas, da cultura democrática da livre expressão, para um País da corrupção e ditadores apoiado pela política extremista.

Estamos a ensinar os nossos filhos que o importante é ter riquezas, não precisam esforçar para evoluir com o suor do próprio trabalho, pagamos e mandamos vir do exterior mãos de obra técnica e especializada para resolver os problemas e cuidar das manutenções das centrais térmicas, a que custo!, Enquanto isso, os nossos profissionais e a  massa populacional voltam ao tempo da escravatura, nos hotéis, nas empresas públicas e privadas, com  a onda de privatização e do  investimento externo sem controlo, para explorar os nossos parcos recursos,  tirando-nos o que temos de melhor: a dignidade de um povo que pensa ser livre e independente, nos certificando de incompetentes e oprimidos.

Se é por causa disso que estão querendo me penalizar, no fim de uma carreira profissional de sucesso, resta-me desejar boa sorte com a nova forma da governação do País e das empresas da produção e distribuição de energia e água de Cabo Verde, que um dia foram a minha empresa, ELECTRA, que independentemente de qualquer injustiça vai estar sempre no meu coração. Gratidão à ELECTRA, Deus é pai.

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Opiniões e Feedback

Lima
1 month 8 days

Porque a Câmara Municipal não cumpre o Codigo de Postura, caçando os cães Pitbulls?.. O Codigo está letra morta? Me ...

Isabel
1 month 10 days

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Terra
1 month 12 days

Continuasao de bom trabalhos Cabo Verde para todo os que querem ser parte da limpeza dos bandidos e fascista ?

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