Srs. líderes do governo, Presidentes das Câmaras Municipais e PO-pessoal operacional das Empresas de Cabo Verde, o cumprimento dos planos das manutenções no tempo certo, são as chaves do sucesso de qualquer atividade da liderança, infelizmente, ultimamente em Cabo Verde não trabalhamos com PLANOS, mas sim com a gestão de tesouraria.

Por Efrem Soares

Mesmo estando na “prateleira” e de sofrer um corte na remuneração de quase 30%, depois de 51 anos de trabalho na empresa e com 30 anos desempenhando a função de chefe de serviço da manutenção mecânica, venho colaborando com a minha ex equipa de jovens competentes para manter os equipamentos funcionais na medida de possível.

Ao governo de Cabo Verde vai a seguinte observação: será que a “sabotagem” que querem fazer passar, com o anúncio do inquérito á empresa, na central da produção de energia elétrica da ilha de Santiago, para apurar responsabilidades, estará relacionado à classe técnicaoperária? 

Á direção daempresa: porque será que a direção da empresa não vem ao público defender os seus colaboradores? Será que estão dando razão  de que as nomeações estarem associadas às nomeações de caris unicamente político?!

Diretamente da “PRATELEIRA;” o último figurino inventado na empresa, sem enquadramento na organigrama da mesma, bem como o outro que anos atrás já tinha sido criado, “COORDENADOR LOCAL”, que é chamado de (olhos do conselho da administração local),também sem enquadramento e que cria conflitos com os diretores centrais do organigrama.

Para o governo: eu recomendaria a levar a cabo um inquérito, de caris abrangente, para apurar o porquê da existência numa empresa, pertencente a um país pobre em vias de desenvolvimento, opções do tipo, dar ao luxo de adotar sistemas de substituição de equipamentos, por outros novos, pelo não cumprimento dos programas de manutenção, normalmente exigidos pelos fabricantes.

Para permitir o cumprimento normal da vida útil dos referidos equipamentos, porque caso contrário os mesmos não alcançam nem a metade da vida útil previsto, quanto mais para obter a longevidade possível e atingível, como no caso dos grupos MAK de S. Vicente, com mais de 30 anos e, ainda se encontram operacionais, e os grupos caterpillar do Sal com 25 anos, estão a funcionar como master da Ilha. 

Estamos a falar de grupos que ainda estão dentro do período da vida útil e que foram considerados obsoletos há anos.

Com um único exemplo: na Ilha de Santiago, onde existe neste momento, 2 grupos MAK de potência, 3.8 MWcada, com mais de 30 anos, 2 grupos CAT de 5.5 MW cada, do ano 2000, 2 grupos CAT de 7.5 MW cada do ano 2011, e 3 grupos MAN de 1.7 MW cada do ano 2010, totalizando uma potência fora de serviço de 38.7 MW, em que caso estivessem operacionais, seria uma lufada de ar fresco no suporto da demanda da ilha, que rondaa proximadamente 40 MW.

Que está sendo assegurada por 4 grupos Wartsila de 11 MW cada, num total de 44 MW, enquanto o total da potência instalada na ilha é de aproximadamente 82.7MW.

Daí que não vejo a razão da ilha estar a passar por momentos de calamidade, principalmente, com a culpa a ser atribuída diretamente a “sabotagem”, supostamente  cometida pelos técnicos operacionais, que também sofrem com estas situações, se não mais!

Grupos de técnicos da empresa, em que administradores fizeram parte, visitaram o japão no ano transato, no âmbito do projeto de produção híbrido e, constataram ON siteuma central com grupos de mais de 40 anos de vida útil a funcionar em exploração continua normalmente e sem nenhuma restrição.

Depois de termos passado por um período de formação para exploração dos nossos grupos em regime híbrido, e da manutenção que é exigida na prática deste regime de funcionamento, ministrado pelos japoneses. Será que estes ensinamentos estão sendo colocadas na prática?

Em S. Vicente com uma demanda de 13 MW, tem uma potência disponível de: 2 grupos MAK de 3.8 MW cada, do ano 1994; 2 grupos CAT 3.8 MW cada do ano 2000; 2 grupos Wartsila de 5.5 MW cada do ano 2017, totalizando uma potência disponível de 27 MW.

Na ilha do sal, com uma demanda de 20 MW, tem uma potência disponível de: 2 grupos CAT de 3.8 cada do ano 2000; 3 grupos MAN de 1.7 MW cada do ano de 2010, com uma central de 16 MW em construção desde 2017, mesmo não estando a referida central, ainda disponível, temos um total de potência instalado de 28.6 MW.

A ilha do Sal, graças aos hotéis e a Asa, que são os maiores consumidores locais, e possuírem os seus grupos de emergência, vem salvando a ilha do pânico de cortes diários, desde o mês de junho/2025 em que o vento foi de férias, e o sol tem horas marcadas de funcionamento diário, a tão propalada “energia renovável”, que ainda não temos controle sobre e em que os grupos alugados e a penetração da central APP não são suficientes para evitar cortes de até 5 MW diário nos períodos da ponta máxima.

Mesmo estando na “prateleira” e de sofrer um corte na remuneração de quase 30%, depois de 51 anos de trabalho na empresa e com 30 anos desempenhando a função de chefe de serviço da manutenção mecânica, venho colaborando com a minha ex equipa de jovens competentes para manter os equipamentos funcionais na medida de possível.

Apesar da empresa ter cortado o diálogo comigo a ponto da diretora de recursos humanos não me atender telefone e nem responder e-mails, mantenho firme o meu propósito para com a empresa e a minha Ilha que amo de paixão.

Deus é pai e cada um carrega a carma que comprou.

Cidadão atento.