segunda-feira, 30 dezembro 2024

A ATUALIDADE

Conselho das Finanças Públicas cabo-verdiano aponta emigração como novo desafio nalguns setores

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 Conselho das Finanças Públicas (CFP) cabo-verdiano indicou que a emigração de mão-de-obra qualificada é um novo desafio que a economia do arquipélago começa a enfrentar, nalguns setores.

“No contexto nacional, a economia enfrenta os desafios já conhecidos tais como a dependência do turismo, o desemprego e a dívida pública ainda elevada”, lê-se no parecer sobre as previsões macroeconómicas do Governo na proposta de Orçamento de Estado (OE) para 2025.

Àqueles fatores “acresce um fenómeno ‘novo’ que é a emigração da mão-de-obra qualificada, que está a colocar alguns setores em tensão por falta de trabalhadores como a construção civil e a hotelaria, fazendo aumentar os preços dos serviços prestados”, detalha aquele órgão.

A posição reflete relatos que têm sido feitos em diferentes setores de atividade.

O presidente da Câmara de Turismo cabo-verdiana disse em fevereiro, à Lusa, que a capacidade de formação de Cabo Verde não cobre as necessidades do setor da hotelaria e turismo, porque muitos dos formandos emigram, atraídos por Portugal e outros países.

Questionado pela Lusa, o vice-primeiro-ministro com a tutela da Economia e Finanças, Olavo Correia, tem apontando que a melhor forma de fixar mão-de-obra no país é oferecer melhores salários, esperando que seja possível criar condições, com o contributo do Governo, para que as empresas remunerem melhor.

E sobre a formação, considerou que o melhor "é preparar os jovens agora, para irem para o mercado global de forma organizada, com formação profissional, com contrato de trabalho, com segurança social, para que possam ter um trabalho em Portugal ou em qualquer outro país do mundo com dignidade".

Noutro ponto do parecer, o CFP faz alusão à “abertura externa” de Cabo Verde e à “dependência das remessas dos emigrantes, que são fundamentais tanto para a balança de pagamentos (ajudando a reduzir o défice externo), quanto para o rendimento disponível das famílias”.

Esta abertura torna importante “compreender o que se passa ao nível dos principais parceiros internacionais”, indicando, por exemplo, que “o mercado de trabalho nos principais parceiros, principalmente nos Estados Unidos e Portugal, já começa a dar algum sinal de arrefecimento, invertendo a situação predominante até 2023 de escassez na oferta de mão-de-obra”.

O CFP divulgou na segunda-feira o parecer sobre as previsões macroeconómicas feitas pelo Governo para preparar o OE 2025, considerando-as coerentes e prováveis.

O órgão prevê que a economia do arquipélago possa crescer até 5,8% em 2025, posição mais otimista que a do Governo, que aponta para que o Produto Interno Bruto (PIB) suba 5,3% no cenário mais favorável.

Quanto à inflação, a previsão do CFP inclina-se para um valor de 2,2% em 2025, mais pessimista que a previsão do Governo contida na proposta de OE 2025 (1,7%).

O Governo aponta para um défice público de 1,9% do PIB em 2025 (face a 2,9% do PIB previstos no OE 2024) e um rácio da dívida pública em relação ao PIB a manter a tendência decrescente dos últimos três anos, prevendo-se que atinja 105,5% do PIB em 2025, em comparação com 108,9% estimados para este ano.

Prevê-se também uma variação positiva dos impostos arrecadados em 6,4 por cento para 2025.

O executivo antevê ainda que o crédito à economia continue a acelerar, crescendo 5% este ano e 5,4% em 2025, com destaque para o aumento do crédito ao setor privado (6,1 e 6,4 por cento, respetivamente, em cada ano).

A Semana com Lusa

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Opiniões e Feedback

D. G. WOLF
6 days 6 hours

Fazer árvore genealógica dos outros é o refúgio de um falhado.

D. G. WOLF
7 days 1 hour

Volta, Leâo Vulcão. Estás perdoado.

Carlos Reis
14 days 1 hour

Faz sentido isso? O dinheiro compra quase tudo mesmo. Uma vergonha US.

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