O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, defendeu a unidade da solidariedade internacional para proteger a democracia e combater o extremismo.
“É fundamental que nos unamos em solidariedade internacional para proteger a governação democrática e construir sociedades pacíficas e inclusivas. Só desta forma poderemos combater as causas profundas do extremismo”, afirmou o chefe do governo timorense, na terça-feira.
Xanana Gusmão falava num encontro, organizado pelo Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e pelo primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, sobre a “Defesa da democracia, lutando contra o extremismo”, realizado à margem da 79.ª Assembleia-Geral da ONU.
Para o primeiro-ministro timorense, o extremismo é alimentado por mundo cada vez mais “dividido, volátil e desordenado”, onde se assiste à “quebra das normas internacionais”.
“Com países poderosos a ignorarem o direito internacional sempre que lhes convém e países frágeis e afetados por conflitos a lutarem para sobreviver, depois de terem sido abandonados pela comunidade internacional”, afirmou, num discurso divulgado à imprensa.
“Tudo isto alimenta sentimentos generalizados de revolta, desespero, extremismo e ódio”, constatou Xanana Gusmão.
Dando como exemplo Timor-Leste, o chefe do executivo timorense lembrou que o país passou por um processo de reconciliação para se tornar “numa nação livre e democrática”.
“Aprendemos que, para combater o extremismo, era necessário abordar as causas profundas do conflito. Este processo significou a realização de um diálogo nacional e ouvir as pessoas que se sentiam deixadas para trás”, disse.
“Não há soluções fáceis para combater o extremismo. Não se pode fazer a guerra para alcançar a paz”, afirmou Xanana Gusmão, defendendo uma abordagem das estruturas económicas e sociais que dividem e fomentam a desigualdade e o conflito.
Para o primeiro-ministro timorense, é necessário criar condições económicas que criem empregos e oportunidades e também apoiar os países a criar “instituições fortes” com capacidade de garantir saúde e educação à população.
“E não podemos deixar nenhum país para trás. A fragilidade e o conflito geram extremismo”, disse.
No encontro participaram também os Presidentes de França, Emmanuel Macron, e do Chile, Gabriel Boric, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
A Semana com Lusa
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