A Associação Projecto Vitó inicia hoje a campanha de reflorestação 2024 que visa a fixação de mais de dez mil plantas endémicas de sete espécies diferentes na Bordeira exterior na área denominada de Montado Nacional.
O coordenador do programa de conservação das plantas endémicas da associação José Luís Correia disse que as dez mil plantas endémicas, cinco das quais exclusivo da ilha do Fogo foram produzidas através da colaboração com Associação de Desenvolvimento Comunitário de Montado Nacional de Cabeça Fundão que também está a mobilizar mão-de-obra para a fixação das mesmas, processo que vai contar com colaboração dos voluntários do Projecto Vitó.
O coordenador disse que a área definida para campanha de reflorestação é Montado Nacional (Bordeira exterior) considerada como área degradada para agricultura e pastos e que desde o anterior projecto financiado por CPF e que vai continuar a merecer atenção com o projecto de Conservação de Plantas Endémicas de Cabo Verde financiado pela Fundação Audemars Piguet para a recuperação desta área.
Este ano, explicou o coordenador do programa, houve um contacto mais directo com o Parque Natural do Fogo (PNF) que propôs outras áreas dentro do PNF e a campanha vai cobrir também a zona de Montinho e Monte Velha onde o projecto Reflor começou um trabalho que não teve continuidade.
O Projecto Vitó em parceria com Associação de Desenvolvimento Comunitário de Montado Nacional/Cabeça Fundão que tem “grande experiência” em campanhas de reflorestação e de produção de plantas endémicas produziu dez mil vasos de plantas endémicas em viveiro, abrangendo sete espécies, nomeadamente Língua-de-vaca, Lantisco, Mato-botão, Losna, Sabão-de-feiticeira, Cravo-brabo e Aipo que começam a ser afixadas a partir de hoje.
Este ano para a produção das plantas, o projecto reaproveitou cerca de nove mil vasos da campanha anterior e segundo José Luís Correia é uma acção “importante” tanto financeira como ecologicamente.
O prazo para a conclusão da campanha vai depender da disponibilidade de mão-de-obra já que a reflorestação coincide com a realização de outras actividades agrícolas que ocupam muitas pessoas referiu o coordenador que lembrou que o projecto vai contar também com os seus voluntários neste processo.
O Programa das Plantas Endémicas financiado pela Fundação Audemars Piguet tem outras áreas de intervenção além de produção de plantas para recuperar áreas protegidas da ilha do Fogo.
A inventariação das principais áreas de distribuição de Marmulano (Sideroxylon marginatum) e Dragoeiro (Dracaena draco ssp. caboverdeana) em cinco ilhas de Cabo Verde (Santo Antão, S.Nicolau, Santiago, Fogo e Brava), a identificação de flora endémica das ilhas do Fogo e Brava, reflorestação para recuperação de 15 hectares de áreas degradadas na ilha do Fogo e dez hectares na ilha Brava constam das actividades, segundo o coordenador.
A criação de ferramentas básicas para apoiar na implementação da Reserva Mundial da Biosfera da ilha do Fogo, capacitação de equipa técnica do Projecto Vitó e de pessoal das organizações não-governamentais ligadas a áreas protegidas e de conservação de plantas endémicas, sensibilização nas escolas para a preservação ambiental e produção de comunicação sobre flora endémica de Cabo Verde são outras áreas de intervenção do programa.
A título de exemplo na questão de inventariação das principais áreas de distribuição de Marmulano e Dragoeiro, na ilha de Santo Antão foram inventariados mais de mil pés das duas espécies, nomeadamente 530 espécimes de Marmulano e 519 Dragoeiro, nos Parques Naturais de Moroços, Cruzinha e Cova, Paúl e Ribeira da Torre.
A Semana com Inforpress
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