Cabo Verde instalou mais de metade dos 40 postos públicos de carregamento rápido para carros elétricos projetados para o país e prevê concluir o processo em todas as ilhas até junho, disse à Lusa fonte oficial nesta quinta-feira.
“No início, focalizámos em Santiago”, começou por sublinhar à Lusa o coordenador do projeto de Promoção da Mobilidade Elétrica (ProMec) em Cabo Verde, Leo Pagnac, indicando que já há postos de carregamentos também no Sal e em São Vicente.
“O objetivo é terminar tudo em junho” e chegar a todas as ilhas, previu o mesmo responsável.
Em outubro do ano passado, ao inaugurar o primeiro posto público de carregamento, o ministro de Indústria, Comércio e Energia, Alexandre Monteiro, anunciou que todas as ilhas de Cabo Verde deveriam dispor de carregadores públicos de carros elétricos no início deste ano.
Leo Pagnac explicou o atraso com “dificuldades técnicas”, mas mostrou-se agradado com a implementação do projeto e com o “dinamismo muito forte” em termos de carros elétricos no arquipélago.
Até ao momento, avançou à Lusa que os postos públicos já instalados têm uma taxa média de utilização de 5,2%, sendo que a mais alta de cerca de 20% registada em Achada de Santo António, na cidade da Praia.
Empresas, taxistas e turistas são os que mais usam os postos públicos de carregamento, avançou o mesmo responsável.
Os postos de carregamento públicos foram concessionados à empresa Trações Elétricas de Cabo Verde (TECV), alguns de carregamento rápido e a maioria semirrápido.
Estão previstos 13 postos na ilha de Santiago, a mais populosa do arquipélago, dez em São Vicente, oito no Sal, três na Boa Vista, dois em Santo Antão e um em cada uma das ilhas de São Nicolau, Brava, Fogo e Maio.
O preço indexado à concessão é 40 escudos (36 cêntimos) por cada quilowatt-hora, indexado ao preço da eletricidade.
Num investimento do Governo de Cabo Verde, os postos são suportados pelo fundo climático Mitigation Action Facility e assistência técnica da cooperação alemã.
Os postos públicos vão complementar outros de iniciativa privada que já começaram a surgir no arquipélago.
Já há mais de 200 carros elétricos a circular no país, de meio milhão de habitantes e o objetivo é acompanhar a nova tendência de mobilidade, enquanto implementa um plano para diminuir a dependência dos combustíveis fósseis.
O coordenador avançou que já há mais de 130 carros cofinanciados e mais de 230 pedidos, no âmbito de um programa de incentivos à mobilidade elétrica do Governo, que vai até junho de 2025.
A iniciativa vai suportar e fornecer incentivos à aquisição de 600 viaturas elétricas, à instalação de uma rede de 40 estações comerciais de recarga e de 100 estações privadas, e cinco ‘e-bus’ (autocarros elétricos) de demonstração, entre outros.
“Cabo Verde é um dos casos perfeitos para a mobilidade elétrica”, salientou Leo Pagnac, justificando com as distâncias curtas em todas as ilhas e com investimentos governamentais nas energias renováveis.
O Governo pretende que, até 2025, 30% da eletricidade da rede tenha origem renovável e que essa percentagem suba para 50% até 2030.
O executivo cabo-verdiano aprovou em 2019 a Carta de Política de Mobilidade Elétrica, que estabelece o objetivo da substituição gradual até 2050 de todos os veículos movidos a motor térmico por motor elétrico.
A Semana com Lusa
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