Num comunicado, António Guterres afirmou que “tomou nota” da decisão do Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela, que validou na quinta-feira a vitória do Presidente Nicolás Maduro.

A decisão da alta instância judicial foi contestada pela oposição venezuelana e a União Europeia (UE) já anunciou que não reconhecerá os resultados até que as atas eleitorais sejam verificadas.

Enquanto não virmos um resultado que possa ser verificado, não o vamos reconhecer”, disse esta sexta-feira o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.

No mesmo comunicado, Guterres também exigiu “uma proteção absoluta e respeito pelos direitos humanos” na Venezuela, após expressar “preocupação” com os relatos recebidos de vários abusos, entre os quais mencionou detenções arbitrárias de menores, jornalistas, defensores dos direitos humanos, ativistas e opositores.

 
 O secretário-geral da ONU lembrou que a liberdade de opinião, de expressão e de reunião pacífica devem ser respeitados.

 

A ONU enviou à Venezuela um painel de peritos eleitorais, convidados pelo Governo, que no final da sua missão foram muito críticos em relação às eleições presidenciais.

O relatório preliminar do painel de peritos concluiu que as eleições venezuelanas careceram de “medidas básicas de transparência e integridade”, aspetos que, segundo frisaram, “são essenciais para a realização de eleições credíveis”.

 

O Governo de Maduro classificou os membros do grupo da ONU como “falsos especialistas eleitorais” e acusou-os de espalhar “uma série de mentiras”, enquanto a oposição destacou que o documento reforçava a tese de vitória do seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia.

 As autoridades venezuelanas desacreditaram tanto o relatório do painel da ONU como as alegações do Centro Carter (organização sem fins lucrativos ligada ao ex-presidente norte-americano Jimmy Carter), apesar de ambos terem sido convidados a observar as eleições pelo Conselho Nacional Eleitoral venezuelano.

A Semana com Lusa