sábado, 13 setembro 2025

A ATUALIDADE

Ho Iat Seng "está a preparar-se" para se recandidatar ao Governo de Macau - analistas

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Analistas portugueses que acompanham a vida política em Macau afirmaram à Lusa que o atual chefe do executivo da região administrativa chinesa, Ho Iat Seng, “está a preparar-se” para se recandidatar, não obstante as críticas à sua governação.

“Parece que ele está a preparar-se para se candidatar. Também apareceu um empresário [Jorge Chiang], que queria [candidatar-se], mas talvez só tenha aparecido para ele [Ho Iat Seng] reforçar a sua candidatura”, disse Cátia Miriam Costa, investigadora do Centro de Estudos Internacionais do ISCTE-IUL (CEI/ISCTE-IUL), especialista em assuntos de política externa da China e Macau.

Jorge Tavares da Silva, professor na Universidade da Beira Interior, especialista em assuntos de política externa chinesa, Macau e da Nova Rota da Seda, chamou a atenção para o “desaparecimento” por “umas semanas” de Ho Iat Seng.

“O chefe do executivo desapareceu agora umas semanas, prolongou as férias, o que nos leva a supor que se encontrará em negociações”, disse.

“Dá a ideia de que está a preparar nos bastidores todas as dinâmicas informais - o que denota que pode não ser assim tão consensual [a sua candidatura] – para depois, no ato solene, estar já tudo decidido”, acrescentou.

“Há ali um grande debate”, sublinhou igualmente Cátia Costa. “Quando [Ho Iat Seng] se apresentar, vai ter as continhas feitas e saber se consegue ganhar, ou seja, que percentagem daqueles 400 eleitores [membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo (CECE) de Macau] vai votar nele. Sem isso, não avança”, acrescentou a investigadora.

Mais de 6.200 eleitores mandatados por 576 pessoas coletivas elegem este domingo os seus representantes na CECE, que integra 400 membros de quatro setores da sociedade, e irá eleger a partir de 11 de outubro o futuro líder do Governo de Macau para os próximos cinco anos, que terá de ser nomeado formalmente pelo Governo central chinês, de acordo com a 'mini Constituição' do território, a Lei Básica, e a respetiva lei eleitoral.

À semelhança do que acontece no Partido Comunista Chinês, “antes da votação, há uma grande disputa. Costumo dizer aos meus alunos: ‘quando vocês veem os cartõezinhos todos levantados numa votação plenária na China contemporânea, antes caíram muitos pelo caminho’”, ilustrou a investigadora do CEI/ISCTE-IUL.

Os dois antecessores de Ho Iat Seng – Edmundo Ho e Fernando Chui Sai on – cumpriram ambos dois mandatos, mas os investigadores portugueses admitem que Ho Iat Seng chega ao final do seu primeiro mandato em condições políticas diferentes.

“Ho Iat Seng enfrentou um período de alguma contestação, exatamente porque as pessoas achavam que não estava a dar o máximo do que era possível fazer. Agora, também temos de ver o contexto de governação que ele teve”, relativizou Cátia Costa.

“A avaliação da governação de Ho Iat Seng é muito difícil”, “estamos a analisar um período particularmente difícil, em que a China esteve fechada 3 anos” devido à covid, e esse balanço diz respeito a “um território que está muito dependente de fluxos externos, está muito exposto”, disse.

“É evidente que não estamos a avaliar uma ação governativa em condições normais”, sublinhou a investigadora.

Por outro lado, exige-se ao líder do executivo do território uma “competência” especial, que passa por conseguir “harmonizar as expetativas de Pequim com as expetativas locais, que são fundamentais, depois, na expressão do voto que esta grande comissão [CECE] vai fazer”, disse ainda Cátia Costa.

Esta circunstância torna-se mais relevante, segundo a professora do ISEG, se se atender ao facto de o período de governação de Ho Iat Seng ter coincidido com uma “situação de muita insatisfação” em Hong Kong, e “a verdade é que Macau absorveu muitas ondas de choque provenientes” do território vizinho.

“Foi um contexto particularmente adverso e difícil. Provavelmente, as pessoas que vão elegê-lo tiveram oportunidade de confirmar se existe alguma alteração, algum maior empenho [com que Ho Iat Seng se tenha comprometido] em relação a alguma destas grandes questões, ou até alguma predisposição para alterar o curso que tem sido dado à governação do território”, previu Cátia Miriam Costa.

A Semana com Lusa 

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Semedo
3 days 22 hours

O sindicato grevista é extremista e quer resolver os assuntos à " "pancada" .o outro Sindicato é mais sensato Que culpa ...

Tera
6 days 3 hours

Leberdade e dereito de expresso Haha Haja consencia tudo isso e para benefícios proprio, Como saude e comprar casas na USA ...

mano
6 days 8 hours

Na uxem a propriedade privada para colar cartazes e escrever nas paredes...na faxas ixo

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