O presidente do Partido Popular (PP), Amândio Vicente, afirmou nesta terça-feira, na cidade da Praia, que o Acordo de Pesca com a União Europeia não tem tido impacto positivo para o arquipélago, e defendeu a redefinição do mesmo.
“Quase 20 anos de acordo de pesca e, infelizmente, esse acordo não tem surtido efeito, não tem tido impacto positivo. Infelizmente, para nós, esse acordo deveria ser redefinido e, no fundo, incrementar essa actividade em Cabo Verde traria benefícios inimagináveis para a economia do Campo Verde”, vincou.
O presidente do PP falava à Inforpress, no âmbito do encontro quinzenal dos membros daquele partido com o objectivo de se posicionar sobre o Acordo de pesca com a União Europeia.
Actualmente, destacou Amândio Vicente, quase 60 barcos estrangeiros operam nas águas de Cabo Verde, com apenas 3 por cento (%) deles sendo de origem nacional, o que, segundo aquele responsável, contribui para um impacto negativo na economia do setor de pesca no país.
“Imagine o impacto que essa actividade teria na economia cabo-verdiana, pelo que nós apoiamos os armadores nacionais que dizem que esse acordo é contra o interesse nacional”, enfatizou.
Além das questões relacionadas ao acordo de pesca, o presidente do PP criticou a recente entrevista com o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, no Programa Ponto por Ponto, da Televisão de Cabo Verde (TCV), tendo defendido um debate mais inclusivo sobre determinados temas, incluindo todos os partidos.
“Há alguns pontos positivos, como a retomada dos TACV nos transportes aéreos nacionais, isso é bem visto por nós, mas há alguns pontos com os quais discordamos de forma categórica”, sublinhou.
Outro ponto com os quais não concordou com primeiro-ministro é que a pobreza é algo estrutural no País e que não se consegue diminuir a pobreza em um ou dois mandatos.
“Pode ser verdade, mas infelizmente a gestão desse governo tem aumentado a pobreza”, criticou Amândio Vicente, para quem esta problemática tem levado muitos cabo-verdianos a emigrarem.
Nesta senda, chamou atenção para o aumento da “corrupção no processo de obtenção de vistos para Portugal”.
“Por exemplo, há pessoas cobrando cerca de 200 contos, 150 contos, num processo que custa oficialmente 4.200 contos”, alertou Amândio Vicente.
A Semana com Inforpress
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