sexta-feira, 27 dezembro 2024

A ATUALIDADE

Procurador da República da Comarca da Praia incentiva vítimas a denunciarem assédio sexual

Estrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativa
 

O procurador da República da Comarca da Praia afirmou hoje, na cidade da Praia, que tem havido poucas denúncias de assédio sexual e exortou as vítimas a denunciarem esse crime.

António Andrade, afecto à Secção de Violência Baseada no Género e outros Crimes contra a Família, fez estas declarações à imprensa à margem da abertura da formação sobre "Os direitos das mulheres e o combate ao assédio sexual".

A formação, com duração de dois dias, é realizada no âmbito do projecto "Empoderamento de mulheres e meninas em Cabo Verde: O caminho para o desenvolvimento", implementado pela Organização das Mulheres de Cabo Verde (OMCV) e financiado pelo Governo dos EUA.

“Tem tido muito poucas denúncias. Só para se ter uma ideia, no ano judicial de 2022-2023, foram registadas apenas cinco denúncias de assédio sexual. Nos últimos cinco anos, houve 36 denúncias de assédio em locais de trabalho feitas junto à Inspeção Geral de Trabalho. Isso é muito pouco”, indicou.

Instado porque isso acontece, o procurador respondeu que embora não seja um estudo científico, a percepção é que as pessoas não dão a devida importância a esse crime.

Conforme a mesma fonte, as próprias vítimas demonstram essa tendência, pois muitas desistem do procedimento criminal na primeira vez que são chamadas.

Isso sugere que o crime não recebe a devida importância, resultando em poucas denúncias.

“Muitas pessoas acreditam que a lentidão da Justiça pode ser um factor desestimulante, mas eu não concordo. Se outros crimes recebem respostas, o assédio também pode ter uma resposta eficaz. Basta acompanhar os relatórios para perceber que a alegada lentidão da justiça não é bem assim”, vincou.

Lembrou às vítimas, que muitas vezes se preocupam com provas, que o seu dever é fazer a denúncia e que é o dever das autoridades produzir as provas.

António Andrade desmistificou a confusão entre assédio sexual e importunação sexual, indicando que nas redes sociais, por exemplo, é comum que se diga que houve assédio quando, na verdade, trata-se de importunação sexual.

Mesmo assim, avisou o procurador-geral, se a pessoa se sentir violada nos seus direitos, deve registrar a queixa e as autoridades buscarão provas e farão o enquadramento jurídico adequado.

A presidente da OMCV, Eloisa Gonçalves, alertou também que a falta de denúncias é um obstáculo, tanto por parte das vítimas quanto de testemunhas.

Por isso, destacou a necessidade de sensibilizar as testemunhas para que apresentem denúncias e apoiem as vítimas.

A formação sobre visa abordar conceitos como assédio sexual, importunação sexual e violência de género, além de fornecer ferramentas para instituições e activistas presentes.

 

A Semana com Inforpress

120 Characters left


Colunistas

Opiniões e Feedback

D. G. WOLF
3 days 4 hours

Fazer árvore genealógica dos outros é o refúgio de um falhado.

D. G. WOLF
3 days 23 hours

Volta, Leâo Vulcão. Estás perdoado.

Carlos Reis
10 days 23 hours

Faz sentido isso? O dinheiro compra quase tudo mesmo. Uma vergonha US.

Pub-reportagem

publireport

Rua Vila do Maio, Palmarejo Praia
Email: asemana.cv@gmail.com
asemanacv.comercial@gmail.com
Telefones: +238 3533944 / 9727634/ 993 28 23
Contacte - nos