O administrador/delegado da Empresa Intermunicipal de Águas (Águabrava), Rui Évora, defendeu quarta-feira a necessidade da realização de um estudo técnico especializado e detalhado para conhecer melhor o potencial hídrico subterrâneo da ilha.
O dirigente da Águabrava apresentou um conjunto de propostas durante a jornada de reflexão sobre os desafios e soluções para gestão da água e saneamento promovida pelo Ministério da Agricultura e Ambiente.
A realização do estudo técnico além de permitir conhecer o potencial existente e por explorar vai determinar eventuais condições mais vantajosas do ponto de vista ambiental e financeiro para a captação e exploração das águas subterrâneas.
Por outro lado, o administrador/delegado da Águabrava propõe, e com carácter de urgência, a necessidade de alargar a campanha de perfuração que a empresa está prestes a concluir e que comporta a realização de cinco furos financiados com recursos próprios da empresa Águabrava, visando reforçar a disponibilidade de água, por um lado e por outro, diminuir o elevado risco de indução e introdução de sal nos actuais pontos de exploração de água.
Igualmente a Águabrava, tendo em conta a especificidade e particularidade na captação e exploração de água subterrânea na ilha do Fogo, defende a adopção de um tarifário diferenciado de energia de rede para as ilhas do Fogo e da Brava.
Além de avançar com as três propostas, Rui Évora aproveitou a oportunidade para colocar algumas questões relacionadas com o sector da água nas ilhas do Fogo e da Brava e partilhar, sobretudo com os dirigentes das diferentes entidades gestoras que participaram na jornada as experiências da Águabrava e apresentar a evolução dos principais dados da empresa de 2019 a 2023 com os pontos positivos e as estratégicos da empresa, assim como a problemática da gestão da água de rega.
Nesta matéria o administrador/delegado da Águabrava destacou os impactos negativos que a empresa tem tido com o fornecimento de água de rega, que segundo o mesmo, representa perdas financeiras elevadas uma vez que o preço de venda de água de rega é muito inferior ao preço de custo de produção.
“Tal prática se enquadra numa medida de política de caráter social e não pode ser só a Águabrava a arcar com essas responsabilidades”, referiu o administrador/delegado para quem se não forem encontradas soluções e adoptadas medidas a continuidade no fornecimento de água de rega poderá comprometer a própria situação financeira da Águabrava.
Questionado se mesmo com os investimentos feitos com introdução e utilização das energias renováveis, sobretudo fotovoltaico no processo de produção e elevação de água, Rui Évora observou que com os parques solares a empresa conseguiu até agora uma poupança na ordem dos 12 a 15% dos gastos com energias.
Mas tendo em conta as especificidades e particularidades das condições de exploração da água no Fogo, praticamente ao nível do mar e as quotas elevadas das áreas irrigadas, os gastos com energia das redes têm representado um peso enorme na estrutura dos custos da empresa.
“De 2019 a 2023 registou-se um aumento dos gastos com energias de rede na ordem de quase 100 por cento e essas condições interferem no preço de custo de água no Fogo”, concluiu Rui Évora.
A Semana com Inforpress
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