A União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID-oposição) pediu hoje mais atenção dos governos central e local à Boa Vista, agindo em prol do desenvolvimento harmonioso da ilha, para que a mesma tenha a dignidade que merece.
O apelo foi lançado hoje, no parlamento, pelo deputado da UCID, João Santos Luís, durante uma declaração política, já que segundo disse a ilha da Boa Vista tem sido completamente esquecida tanto pelo poder central como pelo poder local.
“Observamos evidências que nos levam a fazer estas afirmações. Desde já, uma cidade pouco atractiva para turistas, ou seja, não se faz e nem se projectam investimentos capazes de melhorar a oferta turística, podendo com isto dar aso a outros investimentos no sector turístico”, afirmou.
De entre vários outros problemas, o deputado da UCID apontou o aeroporto internacional do Rabil, que recebe mensalmente dezenas de voos internacionais, só funciona à luz do sol, péssimas condições de circulação nas zonas consideradas periféricas, acrescentando que por mais investimento que se tem feito no sector da água potável e energia, a população desta ilha paga um preço mais alto de energia relativamente às restantes.
“A ausência de investimentos na saúde descredibiliza o sector e as pessoas que lá vivem já não acreditam que este venha a melhorar tão cedo”, continuou, lamentando ainda a carência de investimentos, nomeadamente, no sector da juventude e do desporto em todas as modalidades.
Reconheceu que depois de tanto sofrimento e de tantas reivindicações por parte da população foram construídas habitações sociais, afirmando que quanto a isto o seu partido não bate palmas, por considerar configurar-se em uma obrigatoriedade dos governos locais e central que são eleitos para governar e gerir os recursos dos contribuintes.
João Santos Luís classificou de triste e vergonhosa a actuação dos poderes públicos acusando-os de só se lembrarem desta ilha para tirar proveito próprio e para grupos restritos de amigos, tendo assegurado que Boa Vista possui um enorme e invejável potencial de desenvolvimento que não é valorizado pelos poderes devidamente instituídos.
Entretanto a UCID desafiou então os governantes a agirem em prol de um profícuo e harmonioso desenvolvimento da Boa Vista, argumentando que estes deveriam assumir-se como meros servidores públicos e não se mergulharem em arrogâncias ou como seres superdotados quando constroem equipamentos sociais essenciais que promovam a qualidade de vida dos cidadãos.
“Desafiamos os poderes instituídos a agirem em prol de um profícuo e harmonioso desenvolvimento da Ilha da Boa Vista. Desafiamos estes mesmos poderes a tomarem consciência e desenvolverem esta ilha e devolverem a dignidade que merece no contexto nacional”, reforçou.
Por seu lado, a deputada do Movimento para a Democracia (MpD-poder) para o círculo eleitoral da Boa Vista, Elisabete Évora, reconheceu que em alguns casos o deputado tem razão justificando que realmente os boavistenses estão um bocado tristes com a situação da ilha, principalmente com a cidade de Sal Rei.
“Já que a obra do Largo de Santa Isabel há quatro anos que a actual Câmara Municipal não teve capacidade suficiente para terminar uma simples requalificação da praça. Também para falar que essa câmara não teve capacidade suficiente, tanto que ela tem uma taxa de execução no Fundo de Turismo de 20%, ou seja, não tem capacidade para apresentar projectos”, exemplificou, convidando o deputado da UCID a visitar a ilha para conhecê-la melhor.
Para o deputado Elvis Lima, que está a substituir o deputado Walter Évora, a ilha da Boa Vista, que é o “maior diamante” de Cabo Verde, um dos pilares da economia nacional, atravessa momentos difíceis.
Isto porque, justificou, existe um sentimento de abandono por parte do Governo central, apontando, a título de exemplo, que as condições de saúde continuam a ser muito precárias, além de apontar também falta de estradas, água, défice de ligações domésticas e políticas para o sector do turismo.
A Semana com Inforpress
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