A responsável do Banco de Sangue do Hospital Baptista de Sousa, Conceição Pinto, disse esta sexta-feira que em 2023 cerca de dois mil doadores foram ao banco fazer doação voluntária.

Esta informação foi avançada à Inforpress, a propósito das comemorações do 20º aniversário da instituição do Dia Mundial do Doador de Sangue, sob o lema “20 anos celebrando a generosidade: muito obrigado doadores de sangue”.

“Em 2023 tivemos quase dois mil doadores que vieram ao Banco de Sangue fazer doação e este primeiro semestre de 2024 acaba por ser igual. Acaba por ser em função do consumo do hospital porque quando há muito sangue, por exemplo, como já conhecemos os doadores às vezes negociamos com eles para não ter uma reserva muito grande e para evitar desperdícios”, explicou Conceição Pinto.

Segundo a mesma fonte, o Hospital Baptista de Sousa não tem tido problemas com a reserva de sangue, devido à sensibilidade das pessoas que livremente tem procurado o hospital para fazer dádiva de sangue.

Por isso, explicou, quiseram fazer uma comemoração de forma simbólica aos doadores.

“As pessoas recorrem ao banco de sangue por vários motivos. Há determinadas alturas que há grupos a doar sangue. Há eventos em que aumenta, por exemplo, no mês de Fevereiro há muitos casais a querer doar sangue no dia dos namorados. No mês de março há muitas mulheres a querer doar sangue e então são alturas em que nós atingimos o pico máximo e pedimos aos doadores registados para remarcar a doação”, clarificou, considerando que a população de São Vicente está “muito sensibilizada” para a questão de dádiva de sangue.

Para Conceição Pinto, esta sensibilidade da população da ilha para a questão da dádiva de sangue reflete-se também nas empresas, escolas e outras instituições, porque muitas organizações já têm instituído nos seus programas a doação de sangue quando comemoram alguma efeméride.

Mesmo assim reforçou a necessidade de sensibilizar mais a população porque, sublinhou, cada vez há mais necessidades.

“Há doentes a precisar e de vez em quando temos situações que complexas que gastam mais sangue, portanto é preciso acrescentarmos mais doadores ao nosso ficheiro e à nossa reserva”, afirmou.

Para a presidente do conselho de administração do Hospital Baptista de Sousa, Helena Rodrigues, trata-se de uma “grande conquista” o facto de o hospital ter atingido, desde de 2008, 100 por cento (%) de dádiva voluntária.

“É uma grande conquista e, por outro lado, temos funcionado sem rutura e, obviamente, por causa da forma como os sanvicentinos e as pessoas de outras ilhas, como Santo Antão, têm aderido às campanhas e participado activamente na doação”, sustentou Helena Rodrigues, para quem o hospital organizou a comemoração para “agradecer e reconhecer a generosidade” de cada um dos doadores de sangue.

“Nós estamos a dizer muito obrigado por nos ajudarem a cumprir a nossa missão. Por outro lado, também vamos incentivando que os que são doadores a continuarem a doar e os que ainda não são para passar a sê-lo tendo em conta a importância da dádiva de sangue”, declarou.

O doador Manuel da Conceição, que faz dádiva de sangue desde 1999 a convite de uma médica, vê este acto como um dever cívico.

“É um dever cívico de um ser humano que deve estar sempre preocupado com o seu semelhante e, principalmente, eu como evangélico a Bíblia nos ensina a amar o nosso próximo como a nós mesmos. E então se penso ter melhor saúde para mim penso também que o meu semelhante dever ter melhor saúde”, adiantou, apelando às pessoas a fazer doação de sangue.

“Apelo às pessoas para doarem sangue, desde que tiverem boa saúde e idade suficiente, porque muitas vezes uma pessoa está à beira da morte e  nem é preciso meio litro de sangue para salvar a sua vida”, finalizou.

A Semana com Inforpress