O reverendo da Igreja do Nazareno, David Araújo, defendeu a necessidade de as organizações da sociedade civil trabalharem em conjunto e novas plataformas de abordagem para travar a Violência Baseada no Género (VBG) em Cabo Verde.
Em declarações à Inforpress, o reverendo da Igreja do Nazareno considerou a situação frequente de registo de VBG e feminicídio em Cabo Verde como “triste” e que os casos de morte registados no passado mês de Março têm trazido aflição para a sociedade cabo-verdiana.
“É triste a situação que temos vivido e que traz aflição para a nossa sociedade, cada morte a nação fica deprimida, todos nós ficamos deprimidos e desanimados. Conjuntamente precisamos ter plataformas de abordagem e creio que as organizações sociais devem ser chamadas de forma activa a darem o seu contributo”, declarou.
No seu entender, as igrejas devem igualmente ser chamadas para também através da partilha e ensinamento sobre os seus princípios e crenças, importância da saúde espiritual na vida de cada pessoa, contribuírem na construção de uma sociedade mais saudável e de paz.
“Havendo algum problema espiritual, tem muita coisa que as igrejas podem contribuir e precisamos investir muito na educação desde jardim de infância, pré-escolar, ensino básico para adquirir conhecimentos. Infelizmente vimos que em termos de valores temos perdido muito, daí a necessidade de as organizações da sociedade civil trabalharem juntos nesta luta”, realçou.
Destacou ainda a importância das manifestações que são feitas nas ruas como forma de chamar a atenção da sociedade sobre a necessidade de pôr fim a este flagelo, tendo, no entanto, considerado que a problemática da Violência Baseada no Género carece neste momento de uma análise mais profunda.
“Durante o mês de Março ouvimos falar de violência gratuita contra as mulheres, uma situação triste. As marchas são realizadas, mas depois são esquecidas e a situação de crimes vai se repetindo. Acho que devemos ir mais a fundo tratarmos esta problemática que caso não for bem tratada continuaremos a ter problemas sociais, continuaremos a ter uma sociedade aflita”, frisou.
Recentemente, a presidente do Instituto Cabo-verdiana da Igualdade e Equidade de Género (ICIEG), Marisa Carvalho, considerou “inaceitável” o facto de as mulheres continuarem a ser vítimas VBG em Cabo Verde, informando que será aumentado o funcionamento da linha de denúncia SOS para 24 horas.
Na altura, referiu que os crimes ocorridos mancharam o mês de Março, que é o mês da mulher e o mês em que são promovidas e reforçadas as acções para alertar sobre os graves problemas de género, que persistem em todo o mundo, relembrando que a VGB é um crime público.
A presidente do ICIEG apelou, neste sentido, para que as vítimas denunciem casos de VBG nas relações, visando evitar tragédias e adopção de medidas de protecção das mesmas.
A Semana com Inforpress
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