Os testes médicos para prestação de serviço militar em Cabo Verde vão dar maior atenção às doenças crónicas no lugar de doenças infecciosas que foram desaparecendo ao longo dos anos, segundo uma portaria publicada quinta-feira no Boletim Oficial.
“Essas patologias, que assumiram um destaque na tabela antiga, deixaram de ter a primazia que tinham para darem lugar a novas patologias”, tais como diabetes, hipertensão, doenças reumáticas e oncológicas, enumerou o Governo no documento consultado hoje pela Lusa.
Será dada maior atenção também às doenças de foro mental e psicológico e doenças da coluna vertebral e estomatológicas.
De acordo com a portaria, o executivo constatou que a prevalência de doenças infecciosas “diminuiu significativamente”, muitas quase desapareceram “do rol com importância para a saúde pública” no país e, portanto, nas Forças Armadas.
“É crucial adotar critérios específicos para admissão e recrutamento para as unidades especiais, a exemplo dos Fuzileiros Navais ou Operações Especiais e para militares da vertente aérea (pilotos, tripulantes de aeronaves) e marítima”, especificou a portaria, assinada pela ministra da Defesa Nacional, Janine Lélis.
As seis tabelas com 320 doenças a avaliar pelas juntas de inspeção sanitária das forças armadas foram aprovadas em 1978 e permaneciam inalteradas como instrumentos legais para a realização das provas de classificação e seleção.
Em Cabo Verde, o serviço militar é obrigatório, podendo ser também exercido em regime de voluntariado e por contrato.
A avaliação médica de recrutas esteve sob escrutínio em outubro, após a morte de um recruta, com uma doença silenciosa que não foi detetada na inspeção.
Na altura, o Chefe de Estado Maior das Forças Armadas, António Duarte Monteiro, já havia referido que a instituição estava a avaliar a introdução de novos testes e fazer observações específicas aos candidatos com indícios de determinadas doenças.
A Semana com Lusa
10 de fevereiro 2024
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