O Instituto Nacional da Saúde Pública (INSP) vai divulgar entre hoje e quinta-feira um documento sobre a varíola dos macacos com orientações da doença para profissionais e população em geral, após análise de um caso com resultado negativo.
A informação foi avançada hoje à Inforpress, na Cidade da Praia, pela presidente do INSP, Maria da Luz Mendonça, quando questionada sobre casos suspeitos no País, tendo indicado que no laboratório da Praia, até este momento, apenas chegou um caso residente, que foi analisado, mas com resultado negativo.
Segundo a mesma fonte, País, mais concretamente a Cidade da Praia, há cerca de três semanas possui capacidade nacional para diagnóstico laboratorial da monkeypox, nome também que designa a doença da varíola do macaco, reagentes, equipamentos, bem como recursos humanos formados.
“Por enquanto estamos a criar capacidade no laboratório de virologia na Praia, pois achamos que como estamos no início do surto ainda não há necessidade de estarmos em todas as ilhas com reagentes, apesar dos técnicos estarem todos capacitados para diagnóstico dos casos de monkeypox”, precisou Maria da Luz Mendonça.
No que se refere ao plano de comunicação elaborado pelo INSP, avançou que as primeiras orientações foram para os profissionais de saúde para poderem detectar, rapidamente, um caso suspeito, enquanto a segunda será direcionada para a população.
Segundo indicou, para a população vão ser divulgados vídeos com informações sobre a doença no que respeita à transmissão, sintomas, tratamento e prevenção.
“A varíola dos macacos é transmitida quando alguém tem contacto próximo com as lesões de pele, as secreções respiratórias ou os objetos, neste caso até talheres, usados por uma pessoa que está infectada”, disse, lembrando ainda que o vírus pode ser passado de mãe para filho durante a gestação, através da placenta.
A doença, segundo informou, pode ser passada durante a relação sexual pela proximidade e o contacto pele a pele entre as pessoas envolvidas, pelo que recomenda, nestes tempos, sexo seguro usando preservativos ou mantendo a fidelidade.
Uma outra recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto ao vírus, frisou, vai para os homens que fazem sexo com outros homens, no sentido de prestarem mais atenção a coceiras ou lesões de pele que lhes pareçam incomuns, especialmente na região anal e genital.
Alertou ainda que animais infectados, como macacos, ratos e esquilos, também podem transmitir o vírus.
Apesar disso, a OMS não descarta a relevância das outras formas de transmissão desse agente infecioso, que vão além da relação sexual, o compartilhamento de objectos e as gotículas de saliva, devido a confirmações de casos em crianças.
Maria da Luz Mendonça explicou ainda que o período de incubação [o tempo entre o vírus invadir as células e o aparecimento dos primeiros sintomas] costuma variar de 6 a 13 dias, mas pode chegar a 21 dias.
A partir do início dos sintomas, a infecção pode ser dividida em dois momentos, primeiro, indicou, acontece o período de invasão, que dura até 5 dias, em que o paciente pode apresentar febre, dor de cabeça forte, inchaço nos linfonodos e dores musculares entre outros.
A segunda etapa da doença é marcada por feridas na pele, e essas marcas cutâneas surgem depois de 1 a 3 dias do início da febre e, com o passar do tempo, formam pequenas bolhas com líquido dentro.
A prevenção da doença pode ser feita através de cuidados já indicados, mas também com vacina que está sendo produzida, já que o que existe no mercado internacional é insuficiente para abastecer os países a nível global.
A varíola dos macacos e a varíola humana têm sintomas semelhantes, mas a varíola dos macacos é mais leve e menos contagiosa do que a versão humana.
A varíola humana foi um flagelo de grandes proporções, mas foi erradicada em 1980 com a vacina adequada.
A varíola dos macacos foi identificada pela primeira vez em 1958 entre macacos de laboratório, sendo que o primeiro caso em humanos foi notificado em 1970, na República Democrática do Congo, e desde então a doença tem sido detectada em países nas regiões central e ocidental da África.
Em 2003, a doença foi registada fora do continente africano, tendo na época ocorrido um surto nos Estados Unidos entre pessoas que tinham como animal de estimação cão-da-pradaria (um tipo de roedor) e que haviam tido contacto próximo com um grupo de animais importados da África.
A Semana com Inforperss
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