A presidente da Fundação Smart City, Loide Monteiro, asseverou hoje que a organização está disposta a contribuir de forma “prática e somar esforços” em iniciativas que ajudem a reconstruir a cidade e fortalecer sua resiliência.
“Devemos aprender com esta catástrofe e agir agora para tornar nossas cidades mais resilientes, seguras e preparadas para o futuro. Investimentos em planeamento urbano inteligente, infraestrutura sólida e tecnologia não são gastos supérfluos, mas ferramentas essenciais para proteger vidas, reduzir prejuízos e construir cidades mais sustentáveis e inclusivas”, enfatizou, em entrevista à Inforpress.
Segundo a engenheira Loide Monteiro, desde 2019, a Fundação Smart City tem defendido soluções mais inteligentes e resilientes para as cidades, através de sensibilização e projectos-piloto, mas ainda enfrenta dificuldade em persuadir as autoridades da sua prioridade.
“Os acontecimentos em São Vicente reforçam essa necessidade. A Fundação já se mostrou disponível para colaborar com o MIOTH e trabalhar de forma integrada com o Governo e câmaras municipais, a ordem de engenheiros e arquiteto e outros, contribuindo com sua experiência para o redesenho de São Vicente e outras cidades segundo a visão das Cidades 4S: Smart, Sustentáveis, Seguras e com Sorriso”, comentou.
Explicou, entretanto, que isso envolve planeamento urbano inteligente, integração de tecnologias para prevenção e resposta a eventos extremos, reconstrução com soluções sustentáveis e formação de cidadãos participativos, com vista à construção de uma cidade mais resiliente, inclusiva e preparada para os desafios climáticos.
Ciente que o conceito Smart City é dispendioso, envolve um investimento inicial maior em tecnologia do que o modelo tradicional, Loide Monteiro esclarece que não substitui as infraestruturas básicas, antes pelo contrário, as complementam.
“As tecnologias inteligentes permitem monitorizar riscos, otimizar recursos e aumentar a eficiência das infraestruturas existentes, como drenagem e estradas, prevenindo danos maiores em situações extremas”, concretizou.
“Devemos continuar apenas a reagir aos prejuízos, como está a acontecer agora em São Vicente, cujo montante necessário para restaurar a normalidade ainda não se conhece, ou trabalhar na prevenção para reduzir os impactos futuros?”, questionou.
Assegurou que o investimento em soluções “smart” não é um gasto extra, mas uma forma de tornar o uso dos recursos públicos mais eficaz e de aumentar a resiliência da cidade, reduzindo custos com reconstruções e reparos.
Loide Monteiro finaliza, sublinhando que a tempestade expôs vulnerabilidades, mas também reforçou a necessidade de integrar planeamento urbano inteligente, infraestrutura sólida e tecnologia para cidades mais seguras e preparadas para o futuro.
“Ser uma Smart City após a devastação significa transformar perda em oportunidade”, concluiu.
A Semana com Inforpress
Terms & Conditions
Report
My comments