O Sindicato de Transportes, Hotelaria e Turismo (SITTHUR) anunciou esta terça-feira a suspensão do pré-aviso de greve dos trabalhadores da CV Handling prevista para um período de 72 horas, mas considera que o consenso é “muito trémulo”.
A suspensão do pré-aviso de três dias de greve, prevista para ter início no dia 06 e terminar no dia 09, aconteceu depois de uma reunião conciliatória, promovida pela Direcção-Geral do Trabalho (DGT) no sentido de dirimir os conflitos existentes entre os trabalhadores e a entidade patronal.
A dirigente do SITTHUR, Joaquina Almeida, disse que embora essa reunião que durou um dia e meio tenha sido “muito conturbada”, houve ganhos para os trabalhadores no que concerne ao subsídio noturno, lamentando, entretanto, o facto de a empresa continuar “ainda relutante” em reconhecer o SITTHUR, os órgãos recém-eleitos, como parceiro para o diálogo.
“O administrador da CV Handling, presente no encontro, estava muito alterado, com uma intervenção muito negativa em relação ao sindicato. Consideramos que esse consenso é muito trémulo porque a empresa não mostrou disponibilidade em aplicar a lei. Foi um acordo possível”, comentou, explicando que está explícito no acordo que os trabalhadores que laboram no período considerado noturno têm direito a um subsídio não inferior a 25 por cento (%).
“E nós entendemos que esse acordo é para ser cumprido. Caso a empresa não vier a cumprir com o acordo, poderemos encontrar uma nova forma de luta, inclusive ir ao tribunal”, acautelou, lembrando que há bem pouco tempo um trabalhador faleceu na placa do aeroporto sem se saber ao certo se a morte foi provocada por algum risco inerente ao trabalho que vinha desempenhando.
“Porque esses trabalhadores estão expostos a vários níveis de risco, desde o check-in, arrumação da bagagem, ao embarque de passageiros, pelo que pensamos que a empresa tem de estar disponível e dialogante com os sindicatos, em particular o SITTHUR, sempre que necessário for”, concretizou.
Das reivindicações dos trabalhadores da CV Handling constam ainda o subsídio de risco, organização da escala de trabalho, permitindo o tempo de descanso “condignamente”, entre outras.
“Entendemos que há uma sobrecarga dos trabalhadores, há uma exigência, além dos abusos e assédios morais que a empresa tem vindo a praticar contra os trabalhadores”, concluiu a sindicalista, mostrando disponibilidade em sentar-se à mesa para dialogar com a administração da CV Handling.
A Semana com Inforpress
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