O presidente da Fundação José Maria Neves para a Governança afirmou hoje,02, que os jovens africanos estão a afirma-se cada vez e a reivindicar cada vez mais espaço de participação e de resolução dos seus problemas.
José Maria Neves falava em declarações à imprensa, antes de uma conferência organizada pela Fundação sob o tema ‘’Os desafios dos jovens africanos no século XXI e as propostas do Papa Francisco’’, na Cidade da Praia, e que tem como orador o frei Gilson Fred.
A África, segundo o antigo primeiro-ministro de Cabo Verde, passa por um conjunto de desafios ligado as questões da liberdade civil e política, das liberdades sociais, económicas e culturais, a questão da pobreza, das desigualdades e a problemática das mudanças climáticas.
Ainda, ajuntou, a questão da capacidade do Estado em responder todos esses desafios, a problemática da corrupção, da in-transparência na gestão de coisa pública tem feito com que os jovens reivindiquem os seus espaços de participação e de resolução dos seus problemas.
Conforme sublinhou José Maria Neves, existem várias propostas de instâncias nacionais e Pan-africanos como as Nações Unidas e ainda o próprio Papa Francisco nas suas encíclicas, nas suas homilias, nas suas exortações apostólicas, nas visitas que tem feito ao continente africano tem feito um conjunto de propostas para que os jovens africanos possam fazer face a essas situações.
Entretanto, o orador Frei Gilson Fred afirmou que aquilo que é um “grande recurso” para África, pode se tornar num “grande problema” para o continente africano, isto é, os jovens.
Isto porque, assegurou, devido aos diversos problemas que África enfrenta como o extremismo, os conflitos, o tribalismo, que tem feito com que os países com melhores recursos fechem as suas portas, dificultando assim a imigração interna, muitos jovens com recursos optam pela imigração.
Para os jovens que ficam, disse que muitos estão conectados com o mundo através da rede e da televisão que lhes permite viver a Europa e a América sem sair da África e com isso exigem mais e querem estar no poder.
“Não aceitam mais a ideia de que têm de esperar a sua vez, têm que ter calma e querem aceder ao poder e ao bem-estar. Fazem-no através das armas, através do extremismo religioso se não houver uma outra via, a via da democracia (…) os jovens querem e querem isso já, já não têm paciência”, frisou.
Para além disso, realçou o facto de que ainda há presidente de Repúblicas que são anciões que mudam a Constituição para lá permanecerem e não abrindo espaço para a nova geração.
Essa situação, referiu, tem sido uma “grande preocupação” do Papa Francisco que tem defendido que não há comunidade que cresça e tenha futuro se não der atenção aos jovens e aos anciões, isto porque “os jovens têm o futuro e a força, e os anciões têm a experiência que pode passar aos jovens”.
“O Papa quando fala do tribalismo, diz ouvir primeiro abrir o coração para entender o outro e caminharmos juntos, mesmo em países onde há tribos. Temos que insistir no valor do diálogo aberto, sério, sem renunciar as nossas convicções, sem renunciar as nossas crenças e ideologia, mas abrir espaço para que possamos estar em qualquer país ou qualquer sociedade ”, apontou. A Semana com Inforpress
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