Os professores do ensino secundário Henrique Varela e do ensino superior Arlindo da Veiga e José Tavares afirmaram hoje que investir na educação contribui para mais igualdade e menos pobreza.
Os docentes fizeram estas considerações em entrevista à Inforpress, no âmbito da comemoração do Dia Internacional da Educação, que se celebra hoje, sob o lema “Inteligência Artificial na Educação: Preservar a Agilidade Humana no Mundo Tecnológico".
Para Henrique Varela tudo que acontece numa sociedade passa pela educação, porque, conforme explicou, a educação corrige, transforma e forma o ser humano.
Lembrou o ditado do Nelson Mandela que dizia que a educação é a “melhor arma que se pode usar para transformar o mundo”, apontando que quem investe na educação nunca terá prejuízo, porque ela sempre traz vantagens.
A nível de Cabo Verde sublinhou que o país está num “bom caminho”, mas que é necessário melhorar a qualidade da educação, para que o país possa ter melhores cidadãos e profissionais no mercado.
Por outro lado, destacou o papel das famílias na educação, considerando que elas são a primeira e principal responsável pela educação de um indivíduo.
Afirmou ainda que a socialização primária se dá na família e em casa, como uma verdadeira e autêntica escola de valores nobres, como o respeito, a tolerância, a unidade, a responsabilidade e empatia, entre outros valores, que formatam a personalidade do indivíduo para a sociedade e a sua convivência com os outros.
Por seu lado, o docente Arlindo da Veiga, defendeu que a educação actualmente é muito marcada pela tecnologia e que fica difícil hoje em dia falar em educação sem fazer referência à tecnologia e que é preciso repensar um pouco e voltar a centrar a educação na pedagogia.
Considerou que para se ter uma sociedade a viver em paz e harmonia é preciso que haja uma educação de qualidade, a nível do rigor do ensino.
“A forma como nós contratamos os docentes hoje em dia, que por vezes, por questões de necessidade se calhar não temos muito o que escolher, também acaba por pecar no rigor e na forma de ensinar”, comentou.
De modo geral, sublinhou que o país não está tão mal como muitos dizem, a nível do ensino, mas sublinhou que é preciso que se faça um balanço de tudo o que tem sido feito até então, e melhorar.
Neste dia desejou a todos os educadores que não percam a esperança e que continuem a dar o máximo de si para o bem comum, e também que a sociedade valorize o papel dos educadores e que não veja a educação apenas como algo a pôr no orçamento.
Para o professor universitário José Tavares, a educação em Cabo Verde actualmente enfrenta alguns desafios e que não vale a pena estar constantemente a comparar aquilo que foi a educação antigamente e nos tempos de hoje.
Isto porque, afirmou, é fundamental perceber as transformações que o mundo passa, as demandas da sociedade actual e procurar adaptar a essa realidade.
Acredita que só a escola não fornece tudo aquilo que são as bagagens necessárias para a formação de um indivíduo, defendendo que é preciso uma complementaridade entre as várias instâncias que conformam esse ecossistema educativo.
Falou também da inteligência artificial como um outro desafio à educação, lembrando que antigamente, os alunos tinham que frequentar bibliotecas e que hoje essa prática quase não acontece porque a internet oferece praticamente tudo aquilo que são as informações necessárias.
“O que recai sobre o professor é uma capacitação e ter a capacidade também de lidar com ferramentas tecnológicas, porque senão o aluno fica muito mais à frente do que o próprio professor. E o professor hoje tem um papel diferente daquilo que desempenhava há cinco, dez anos”, afirmou.
O Dia Internacional da Educação foi criado através da resolução 73/25 da Assembleia Geral da ONU, a 03 de Dezembro de 2018 e proclamado em 24 de Janeiro.
O seu objectivo é sensibilizar a sociedade civil para que se cumpra o direito à educação e o seu papel enquanto meio para quebrar ciclos de pobreza e para o desenvolvimento social.
A Semana com Inforpress
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