Agostinho Lopes, novo secretário-geral do Movimento pela Democracia (MpD, no poder em Cabo Verde), eleito na reunião da direção nacional que este sábado decorre, na Praia, quer “dar a volta” à derrota autárquica, com legislativas e autárquicas em 2026.
“Essa é a minha terceira experiência como secretário-geral e é sempre uma carga de trabalhos”, disse aos jornalistas, à margem do encontro em que foi proposto pelo presidente do partido e primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.
Na votação, foi eleito secretário-geral por unanimidade.
“Neste momento, exige-se uma dedicação a tempo inteiro. Não temos tempo, mas é preciso dar a volta, ou, pelo menos, tentar dar a volta aos resultados eleitorais do dia 01 de dezembro, que não nos foram claramente favoráveis”, referiu.
A tarefa “vai exigir muito esforço, talvez um pouco mais do que as tais oito horas de trabalho diário, mas estou confiante, vou contar com todos”, acrescentou.
O presidente do partido admitiu, no encontro de hoje, uma antecipação para este ano da convenção e eleições diretas para a liderança, por forma a legitimar os órgãos internos face aos desafios eleitorais de 2026.
Questionado sobre uma eventual recondução de Ulisses Correia e Silva, defendida por outros dirigentes do partido, o novo secretário-geral referiu que as candidaturas estão abertas a qualquer militante.
“Isso é futurologia que gostaria de não fazer: acho que qualquer militante do MpD que queira pode candidatar-se, inclusive o atual presidente, pode fazê-lo, normalmente”, disse.
“Ainda há muita coisa, até lá, qualquer tipo de palpite não passa disso mesmo”, considerou.
Sobre as razões da derrota eleitoral de dezembro, aponta o “desgaste do poder” e “algumas expectativas eventualmente não cumpridas”, a par de “um trabalho de base que foi feito” por parte do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV).
Agostinho Lopes aposta num “aumento” da capacidade de comunicação do MpD, “com os militantes e com a sociedade”, prometendo “envolver todo mundo”, antecipando “uma aproximação àqueles que, eventualmente, não estão” tão perto do partido como já estiveram.
Nas eleições autárquicas de 01 de dezembro de 2024, o PAICV, oposição parlamentar, conseguiu inverter o mapa autárquico do arquipélago, conquistando 15 municípios, numa vitória histórica, enquanto o MpD ficou reduzido a sete câmaras municipais.
Entretanto, o PAICV definiu que o novo presidente do partido será eleito em 30 de março, através de eleições diretas que também determinarão os 318 delegados ao congresso.
A Semana com Lusa
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