A Associação para Defesa do Consumidor (Adeco) recomendou hoje os consumidores a verificarem a veracidade das lojas ‘online’ antes de efectuar qualquer compra, alertando que há muitas situações de burla, principalmente nesta época do ano com “Black Friday”.
A recomendação veio na sequência da investigação da NordVPN, fornecedora de serviços da rede privada virtual, que aponta para uma intensificação da actividade criminosa do número de pessoas que visitam lojas falsas.
De acordo com o estudo, houve um aumento de 35 por cento (%) nas tentativas dos consumidores de visitar lojas falsas em Outubro, em comparação com o mês de Setembro, um número que é provável que venha a aumentar ainda mais durante as compras da “Black Friday”.
A Adeco aconselha aos consumidores a saber se os ‘sites’ são confiáveis, se já houve queixas ou denúncias contra a loja ou até se algumas compras não foram entregues pelo comerciante.
Segundo o presidente do Conselho Fiscal da Adeco, Hernani Soares, existem lojas com algum tempo no mercado e que oferecem garantias e credibilidade aos consumidores dada a segurança das informações, nomeadamente o cartão de crédito, como é o caso do eBay, da Amazon e do AliExpress.
Explicou que quando a pessoa decide comprar num ‘site’ sem fazer a devida investigação, naturalmente assume o risco de burla, admitindo que a utilização das ferramentas digitais exige algum conhecimento.
Relativamente a Aliexpress, disse que o marketplace tem ferramentas de resolução de litígios em que o valor de compra é devolvido ao consumidor quando é feita dentro da plataforma.
Hernani Soares garantiu que a associação tem realizado vários programas, folhetos informativos tanto nas redes sociais, na comunicação social e na própria sede no sentido de pedir maior responsabilidade quando se fazem compras presenciais ou ‘online’.
“Quando se fazem compras em plataformas que oferecem garantias e os meios alternativos de resolução de litígios, nós temos maior segurança e a satisfação é 100%”, enfatizou, sublinhando a rapidez e eficiência das plataformas em colaboração com os consumidores.
Cabe ao consumidor, realçou, ter algum cuidado e não efectuar a compra no primeiro site que aparece, lembrando que muitas marcas já têm suas próprias plataformas digitais e que existem lojas credíveis e seguras.
“Portanto, evite fazer em qualquer ‘site’, evite sair da plataforma para comprar através do Whatsapp, por exemplo, porque ali você não tem garantia nenhuma que receberá o seu produto e nem os seus dados estarão protegidos”, reiterou.
“Antes de comprar, pense muito bem e faça sempre a pesquisa da loja, especialmente nesta altura em que as redes sociais tem os chamados ‘cookies’ e os nossos dados são recolhidos e muitas pessoas têm acesso”, reforçou.
Os especialistas de cibersegurança avisam que a crescente vaga de ‘sites’ criados por profissionais pode levar ainda mais pessoas a divulgar os seus dados pessoais ou a pagar produtos que não existem. Enquanto algumas páginas são desenvolvidas para imitar as lojas originais, outras tentam enganar as pessoas fazendo-se passar por marcas conhecidas.
Para tornar tudo ainda mais convincente, os criminosos recorrem a truques tipográficos conhecidos como a substituição de “Amazon” por “Arnason” no URL, também tentam imitar nomes de marcas conhecidas, como aconteceu com a loja fictícia “Kardecian.com”.
Especialistas aconselham a procurar informações de contacto da loja, consultar as políticas de privacidade e os termos e condições, evitar métodos de pagamento pouco usuais como transferências bancárias e utilizar as ferramentas de cibersegurança e privacidade.
A Semana com Inforpress
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