sexta-feira, 22 novembro 2024

A ATUALIDADE

Economista cabo-verdiano sugere apoio às famílias afetadas financeiramente pela dengue

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O economista cabo-verdiano António Baptista disse hoje que a epidemia de dengue está a afetar financeiramente, sobretudo, as famílias vulneráveis e que trabalham no setor informal, sugerindo que o Estado crie mecanismos para apoiá-las.

"Grande parte das famílias carenciadas" trabalha no setor informal, sem acesso a apoios do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), pelo que "terá o grande desafio de se sustentar" sem o rendimento habitual, no final do mês, e com despesas acrescidas em medicamentos, referiu, em declarações à Lusa, numa altura em que o país acumulou mais de 8.000 casos, num ano, com duas mortes.

"O Estado terá de criar mecanismos para ajudar essas famílias", principalmente "as pessoas que vivem sozinhas, tendo em conta a debilidade provocada pela doença", disse.

Em vários casos, a dengue obriga a vários dias de repouso, às vezes mais que uma semana, dependendo da capacidade física de cada doente, o que os impede de trabalhar, refletindo-se igualmente em prejuízos para algumas empresas que deles dependem.

"São pessoas que trabalham por conta própria e geralmente não descontam para o INPS. Por este motivo, ficam sem rendimento durante o período em que estão doentes", sustentou.

O economista lembrou que muitas destas famílias estão a sofrer privações desde a pandemia da covid-19, de cujas dificuldades financeiras ainda não recuperaram totalmente, ficando "ainda mais fragilizadas" com a dengue.

"Se continuarmos com essa epidemia por muito mais tempo, obviamente, vai aumentar a vulnerabilidade", referiu.

Além da perda de rendimento, os doentes com dengue gastam "os poucos recursos" que restam a comprar medicamentos como vitamina C ou paracetamol, receitas habituais indicadas pelos serviços de saúde - a par do repouso.

"Há todo um gasto com remédios, além da alimentação necessária para repor proteínas e poder combater a enfermidade, gastos que não estavam nos cálculos orçamentais e que, por vezes, deixam muitas famílias em situações piores", disse.

António Batista considerou que, apesar de o Governo estar a combater a doença, demorou a assumi-la como um "problema grave".

"Não deveríamos ter permitido que se chegasse a este ponto. Embora haja esforços, temos de reconhecer que a conscientização foi tardia. Cabo Verde já tinha passado por uma epidemia muito forte e nós sabemos que isso tem um custo enorme para o país", afirmou.

O Governo cabo-verdiano anunciou que está a explorar a possibilidade de obter uma vacina contra a dengue, depois de ter declarado o estado de contingência no país, em 03 de outubro, durante dois meses, para agilizar a utilização de recursos para combate à doença.

O economista considerou que a medida teria "um impacto muito grande, principalmente nas famílias mais vulneráveis", conferindo-lhes maior resiliência.

Com a época das chuvas a terminar, a dengue estará atualmente no pico em Cabo Verde, de acordo com as autoridades de saúde, com mais de 8.000 casos acumulados desde a primeira notificação, há um ano, concentrados na capital, Praia (75% dos casos), e com duas mortes registadas (uma na Praia e outra em São Filipe, Fogo).

O surto mais grave de dengue em Cabo Verde foi registado em 2009, com 21.000 casos e seis óbitos, todos na ilha de Santiago.

A dengue é uma doença curável, mas que requer atenção médica.

Febre, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, a par de inflamações na pele, fazem parte dos sintomas da infeção que, nos casos mais graves, pode evoluir para dengue hemorrágica e, no limite, causar a morte.

 

A Semana com Lusa

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Colunistas

Opiniões e Feedback

David Dias
9 days 19 hours

Todos querem ser escritores. Todos, todos, todos.

António
11 days 18 hours

Descilpem, mas os antigos reformados não vivem assim, pois pensões não foram atualizadas.

António
19 days 17 hours

Quando as eleições terminarem fiscalize essas construções em russ estreitas e que são autenticas autenticas bombas

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