Está a ser desencorajadora a perspectiva do novo ano agrícola em Santo Antão. É que o cenário de uma nova seca já paira sobre o concelho do Porto Novo, cujo 90 por cento do território espera ainda pela queda da chuva. Este facto é já motivo da preocupação para as autoridades locais, que consideram a situação “muito preocupante” - existem animais a morrer por falta da pastos.
Os agricultores e criadores da gado da ilha das montanhas estão pouco optimistas quanto ao novo ano agrícola 2018. Segundo alertam, as primeiras primeiras precipitações registadas recentemente não cobriram abundantemente todo o território dos três concelhos. Admitem que, se não cair mais chuvas nos próximos dias, os homens que vivem do produto da terra e da criação de gado estão na iminência de enfrentarem o pior: pode ser difícil salvar os animais com um segundo ano consecutivo da seca.
Aliás, o presidente da Câmara Municipal do Porto Novo, Aníbal Fonseca, considera que este ano “praticamente ainda não choveu” no Porto Novo, onde 90% do concelho continua a enfrentar a situação de seca que, também, preocupa, as 500 famílias que têm na pecuária a sua principal actividade.
“É uma situação muito preocupante à esta altura do ano. Estamos, realmente, preocupados. Vamos esperar, mas é muito preocupante”, alertou o autarca citado pela Inforpress, informando que na zona baixa da cidade do Porto Novo, onde concentra uma parte importante do efectivo pecuário, e nos planaltos Norte e Leste, onde se vive da pecuária e agricultura de sequeiro, ainda não choveu.
Segundo a mesma fonte, o edil do Porto Novo avançou, todavia, que este município já dispõe de um plano de contenção de prevenção para “qualquer eventualidade”, o qual traz medidas que visam “melhorar as condições” das famílias que possam vir a ser afectadas.
Plano de salvamento de gado e criação de empregos
O plano, conforme Aníbal Fonseca, traz vários cenários, sendo o mais relevante a criação de emprego e salvamento do gago, num concelho com um dos maiores efectivos pecuários a nível do País (mais de 23 mil cabeças de gado).
“O que eu posso avançar é que, em Março, trabalhámos com a delegação do Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA), num plano de contenção de prevenção para qualquer eventualidade, o qual traz vários cenários, um dos quais de uma nova seca no Porto Novo”, notou o autarca, que chama a atenção para o facto de “mais de 500 famílias” dependerem da pecuária, neste município.
As zonas altas do concelho, sobretudo os Planaltos Norte e Leste da ilha, a parte mais afectada pela seca, continuam à espera de chuva.
No Planalto Norte, até agora, choveu apenas em Bolona e em Chã de Feijoal, onde os camponeses estão em plena faina agrícola, mas a maior parte desse planalto, com forte tradição a nível da pecuária e agricultura de sequeiro, continua a aguardar pelas precipitações.
Na zona Sul do Porto Novo, alguns agricultores iniciaram a actividade agrícola, apesar das precipitações não serem ainda tão significativas, refere a Inforpress.
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