Num post que publicou na sua página de Facebook a propósito dos os 31.1 milhões de dólares exigidos pela CV Interilhas através da sentença do Tribunal Arbitral, o antigo presidente da Assembleia Nacional de Cabo Verde alerta que é bom não perder de vista que a avaliação primeira a se fazer no caso CVI é sobre a qualidade da decisão.« É decisão muito injusta, mas está em conformidade com actos de gestão política que motivaram a tomada de posição que ouvi há anos de um homem do povo: ‘não concordo com a digestão que está sendo feita em Cabo Verde’. Hoje toda a gente começa a ver que de facto estamos a ser comidos! A decisão do Tribunal Arbitral só confirma esta situação», conclui António Espírito Santo Fonseca.
Segundo adverte, para se começar a ter uma noção daquilo que tem sido uma autêntica operação ‘esmifrar Cabo Verde’, é preciso pensar nos valores acima, e somar mais o BCA, mais a Promotora que foi constituída num ano com dinheiros públicos, para ser privatizada quase logo a seguir. « Pense-se no Trust Fund gerido mediante contrato com o Banco de Portugal e cujo Relatório final e completo não foi disponibilizado. Pense-se no Fundo Soberano que o Governo criou e que também já tem um contrato com o Banco de Portugal...».
Segundo alerta, a outra narrativa, para além de fomentar falsas divisões entre os caboverdianos, pode obscurecer o facto de que a decisão corresponde aos votos de uma empresa portuguesa e de um jurado português.« Isto é um elemento importante, e mesmo se consta nos curricula, remete para lá da dimensão jurídica, e também remete para factos que politicamente contam, pois têm a ver com a gestão do País desde a abertura política em 1990, sobretudo desde os anos de 1996-1997 que o próprio Olavo Correia disse serem anos charneira em Cabo Verde. Remete para as privatizações, por exemplo, o caso da Cabo Verde TELECOM, de que a Portugal Telecom comprou 40% pelo valor de 20 milhões de dólares, montante este escrito à mão na proposta, para o concurso em que foi concorrente único».
Fonseca recorda que a realidade é que aquando da rescisão do contrato com a Portugal Telecom, o litígio foi também parar a um Tribunal Internacional (Paris).« Mas a Portugal Telecom já tinha levado mais de setenta (70) milhões de euros daqui de Cabo Verde e ainda assim o nosso País teve de devolver os vinte (20) milhões de dólares. Foi a decisão de um Tribunal Arbitral ... do Norte e seus ‘donos’ contra um país... do Sul, Cabo Verde. Neste caso com a CVI, qualitativamente, temos de novo, no Norte, os ‘donos’ de um Tribunal e seus lacaios no Sul, contra este Sul que é Cabo Verde».
Segundo adverte, para se começar a ter uma noção daquilo que tem sido uma autêntica operação ‘esmifrar Cabo Verde’, é preciso pensar nos valores acima, e somar mais o BCA, mais a Promotora que foi constituída num ano com dinheiros públicos, para ser privatizada quase logo a seguir. « Pense-se no Trust Fund gerido mediante contrato com o Banco de Portugal e cujo Relatório final e completo não foi disponibilizado. Pense-se no Fundo Soberano que o Governo criou e que também já tem um contrato com o Banco de Portugal...».
Pedido de informação e demissão da chefia do Governo
Para António Espírito Santo Fonseca, tudo isto exige informação, para qual pede demissão imedita do Vice-Primeiro-ministro Olavo Correia e do Primeiro-ministro.« Tudo isso exige informação aos caboverdianos. Uma condição para algum acesso à informação é o afastamento imediato de Olavo Correia, que esteve e está na equipa econômica dos Governos do MpD. Será Olavo Correia irmão siamês de Ulisses Correia e Silva? Se assim for, pois então dá jeito que os dois saiam o quanto antes. A urgência que conta é que o Povo de Cabo Verde (e mesmo o próprio povo português) tenha a informação necessária». Fundamenta que é a informação que permitirá perceber que gente mesmo honesta não paga estas e outras ‘dívidas’ antes de fazer as contas para se saber: QUEM deve a QUEM, QUANTO, e no final, quem e COMO se COMEU o dinheiro. «Ken kmel pa rotel, se for preciso num tribunal!Seremos nós todos que temos de nos armarmos com a vontade política de NÃO PAGAR, e impôr isso na direção do nosso País. Quem pagar à CVI é INIMIGO DO POVO! Quem receber esse dinheiro é INIMIGO DO POVO!NÃO PAGAMOS!», defende, apelando aos juristas que arranjem o «papel de embrulho» desta «prenda» a enviar.
No seu Post referido, o antigo presidente da Assembleia Nacional fez questão de realçar que parece estar em curso a elaboração de uma narrativa, que pode deslocar o debate para o curriculum das personalidades que compõem o Tribunal Arbitral e que decidiu contra Cabo Verde. «Há também uma discussão jurídica em curso, o que é muito importante, mas lembre-se, o problema que se tem entre mãos é político. são os nossos dinheiros e a gestão política do País», remata.
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