quarta-feira, 13 novembro 2024

Especialistas clamam por maior valorização do legado “imprescindível” para o futuro do País

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 O jornalista e investigador João Almeida Medina e a historiadora Marina Ramos alertaram para a urgente valorização do legado do herói nacional Amílcar Cabral, um "líder visionário" “imprescindível” para a construção do futuro do País.

As declarações foram feitas à Inforpress a propósito do centenário de nascimento de Amílcar Cabral, comemorado hoje, 12 de Setembro,

O jornalista/investigador começou por lembrar que as primeiras ideias de Cabral sobre a independência de Cabo Verde e Guiné-Bissau não se baseavam na luta armada, mas sim na resolução pacífica.

“A via de negociação e a que ele propunha como um processo de emancipação, e esse é um conceito fundamental de Cabral, ou seja, o direito dos povos a assumirem o seu destino e a construírem a sua cultura identitária a partir daquilo que são as suas ligações de pertença”, justificou.

No caso, um líder que decidiu ver África a partir de África, mas não exclusivamente do continente africano, e sim com um “olhar mais lato” de negociação e interação com o mundo.

O que mostra, considerou João Almeida Medina, que ele era “um nacionalista, mas que não queria a ruptura com o mundo, muito pelo contrário um “cidadão global” que aprendeu a ver a nação mundial, a partir da sua profissão com agrónomo.

“Cabral acreditava que o povo, os cidadãos dos vários países, os cidadãos do mundo, não podiam viver numa concha. Ele não pensava só no seu país, ou vivia somente em relação ao seu país, porque o seu país estava inserido no mundo, numa determinada época, num determinado momento”, concordou a historiadora Marina Ramos.

Os dois especialistas são também unânimes em afirmar que a cultura sempre foi vista pelo líder africano como uma das melhores armas para e emancipação dos povos e também motor de desenvolvimento

Temos que ler Cabral como esse homem histórico, esse homem de pensamento estratégico, que pensa a cultura, que teoriza a educação, mas que liga a teoria à acção”, recomendou João Almeida Medina.

É preciso, segundo a mesma fonte, parar de ver para Amílcar Cabral como “um opositor imaginário” e conseguir ver a sua dimensão de um sujeito que “transformou o sonho em realidade”, ou seja, trabalhou para ter ”os seus dois povos livres e pensando pelas próprias cabeças”.  

Por estas razões, os dois estudiosos não entendem o porquê de não ter sido organizado um programa de comemoração oficial para o centenário do seu nascimento.

Mesmo quando é estudado por grandes universidades nos Estados Unidos, na América Latina, na Europa e considerado um dos 20 líderes mundiais mais influentes do século XX.

“Este é um reflexo da importância que damos à figura de Cabral ao longo dos anos”, criticou Marina Ramos.

João Almeida Medina vai mais longe e acredita que esta ausência de um programa oficial mostra que ainda os cabo-verdianos e as autoridades "não assimilaram Cabral como o homem histórico e não conseguem lidar com as mazelas do passado”

“Compreendendo a nossa história de forma mais clara, talvez possamos perceber que país temos, quem somos nós e de que forma podemos negociar com o mundo”.

Directrizes, que, no entender de ambos, estão "completamente claras" nos ideais do herói nacional e que podiam servir de referências para se “criar uma geração de cidadãos conscientes e capazes de construir um Cabo Verde melhor, no futuro”.

Amílcar Cabral nasceu em Bafatá, Guiné-Bissau, a 12 de Setembro de 1924, filho do professor Juvenal Lopes Cabral (cabo-verdiano de ascendência guineense), e de Iva Pinhel Évora (nascida na ilha de Santiago, Cabo Verde).

Aos oito anos a família mudou-se para Santa Catarina, Santiago, onde fez o ensino primário.

Os estudos liceais seriam feitos no Liceu Gil Eanes, no Mindelo, São Vicente, onde passou a viver com a mãe e os irmãos, até 1943. 

Em 1944, mudou-se para a cidade de Praia (Santiago), onde começou a trabalhar na Imprensa Nacional.

Em 1945, consegue uma bolsa de estudos e ingressa no Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa, onde juntamente com outros estudantes africanos começou a encetar a libertação de Guiné-Bissau e Cabo Verde do jugo português, que teve como palco de luta armada a Guiné-Conacri.

A Semana com Inforpress

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Colunistas

Opiniões e Feedback

David Dias
13 hours 37 minutes

Todos querem ser escritores. Todos, todos, todos.

António
2 days 12 hours

Descilpem, mas os antigos reformados não vivem assim, pois pensões não foram atualizadas.

António
10 days 10 hours

Quando as eleições terminarem fiscalize essas construções em russ estreitas e que são autenticas autenticas bombas

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