A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), órgão dependente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), exortou esta quinta-feira para que não seja esquecida a situação que se vive em Cabo Delgado, Moçambique.
Numa nota hoje emitida, intitulada “Não esquecer Cabo Delgado”, o órgão presidido pelo juiz Pedro Vaz Patto sublinhou que “a atenção da opinião pública, e reflexamente a de muitos responsáveis políticos, vai variando por ondas sucessivas”, e que “as guerras e outras tragédias de grande dimensão vão-se sucedendo umas às outras, e assim também essa atenção”.
“Por esse motivo, porque a ela se seguiu o eclodir de guerras na Ucrânia e na Terra Santa, deixou de se falar da tragédia que se vive na região de Cabo Delgado, no norte de Moçambique”, reconhece a CNJP, dando conta de que “a situação não melhorou (apenas se deixou de falar dela): intensificaram-se os ataques terroristas a várias aldeias, com destruição de casas, igrejas e mesquitas e o número (superior a um milhão) de pessoas forçadas a deixar as suas terras não para de aumentar”.
Neste contexto, a Comissão Nacional Justiça e Paz “quer alertar os responsáveis políticos e todos os cidadãos para a importância de não esquecer o drama que se vive na região de Cabo Delgado (como outros que se vivem noutras partes do mundo), de reforçar a ajuda humanitária e garantir a segurança das suas populações e de não desistir de trabalhar para um futuro de justiça e de paz nessa região”, acrescenta-se na nota hoje divulgada.
A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos uma insurgência armada que levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos do gás.
Após um período da relativa estabilidade, nas últimas semanas novos ataques e movimentações foram registados em Cabo Delgado, embora localmente as autoridades suspeitem que a movimentação esteja ligada à perseguição imposta pelas Forças de Defesa e Segurança nos distritos de Macomia, Quissanga e Muidumbe, entre os mais afetados.
A Semana com Lusa
16 de Fevereiro de 2024
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