O ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática da Guiné-Bissau, Viriato Cassamá, participa, no Uzbequistão, na 14ª conferência mundial sobre a conservação das espécies migradoras da fauna selvagem, que decorre até sábado próximo.
Contactado pela Lusa, a partir de Bissau, o governante guineense explicou que levou a experiência do país na conservação de espécies ameaçadas como as tartarugas marinhas, as aves migratórias e o elefante africano das florestas.
Viriato Cassamá disse ter reforçado aos presentes, na sua intervenção hoje durante a abertura da (COP 14) - 14.ª Conferência das Partes da Convenção sobre a Conservação das Espécies Migradoras da Fauna Selvagem (CMS), o facto de a Guiné-Bissau ter “grande parte do seu território como área protegida”.
“Mais de 26% do território nacional são áreas protegidas que albergam ecossistemas e habitats importantes para várias espécies migradoras, tanto terrestres, marinhas e costeiras”, notou Cassamá.
De acordo com o Instituto da Biodiversidade e Áreas Protegidas (IBAP), ligada ao Ministério do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática, a Guiné-Bissau acolhe cinco das sete espécies de tartarugas marinhas existentes no mundo.
A ilha do Poilão, nos Bijagós, é considerada, segundo o IBAP “santuário das tartarugas verdes” por ser o primeiro centro de desova em África e terceiro a nível mundial, a seguir à Costa Rica e ilha de Ascensão, um território britânico a sul do atlântico.
O IBAP tem a tartaruga verde como espécie ameaçada na Guiné-Bissau por ser abatida para o consumo da sua carne por alguns povos do litoral guineense.
Ainda de acordo com o mesmo instituto, o abate de árvores – para extração de madeira - tem afastado o elefante africano das florestas do sul da Guiné-Bissau para países vizinhos.
Na conferência que decorre na cidade uzbeque de Samarkand, sob o lema: "A natureza não conhece fronteiras", o governante guineense disse ter exortado aos presentes de que a reunião deveria levar em consideração a necessidade de o reforço da investigação científica e parcerias globais sobre a preservação de espécies selvagens.
“No nosso caso há muito que estamos a levar a cabo ações afirmativas na área da conservação e preservação das tartarugas marinhas, as aves migradoras, o elefante africano das florestas e outras espécies”, destacou Viriato Cassamá.
O ministro guineense do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática recomendou que no final dos trabalhos, no próximo dia 17, seja adotada, nas resoluções finais, uma estratégia que reforce a parceria mundial “assente na base da solidariedade, confiança e reconhecimento das potencialidades” de cada parte da convenção.
"Estamos cientes das nossas fragilidades, mas estamos igualmente cientes das nossas potencialidades e da importância da Guiné-Bissau para a manutenção de populações de espécies mundialmente ameaçadas de extinção", sublinhou Cassamá.
A Semana com Lusa
11 de Fevereiro
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