O vice-primeiro-ministro cabo-verdiano, Olavo Correia, disse esta sexta-feira que espera estreitar as relações que o país já mantém com o novo presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Sidi Ould Tah.
“O novo presidente do BAD era presidente do Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico de África (BADEA) e tinhamos tido relações diretas com ele: conhece-nos bem, a toda a equipa, temos relações pesoais e há uma amizade que vem desde há muitos anos com essa ligação entre Cabo Verde e o BADEA. Penso que vamos poder reforçar essa amizade, agora na qualidade de presidente do BAD”, disse Olavo Correia, à Lusa, em Abidjan, Costa do Marfim.
O vice-primeiro-ministro cabo-verdiano que tem também a pasta das Finanças falava à margem das últimas reuniões, nos encontros anuais do BAD, que terminam hoje.
“Tenho a desejar-lhe os maiores sucessos, porque precisamos de uma liderança forte a nível do BAD nesta fase difícil, geopolítica e financeira, a nível internacional”, referiu, dizendo-se confiante numa “equipa competente e forte” que vai assumir funções em setembro.
A votação no sucessor de Akinwumi Adesina, na quinta-feira, foi “clara e forte”, com Sidi Ould Tah a obter “acima dos 70%” tanto no escrutínio total como a nível continental, depois de enfrentar outras quatro candidaturas, o que lhe atribui “uma mandato claro”, mas também é “um sinal de responsabildiade”, salientou.
Olavo Correia acredita que o banco pode ser “mais ágil, com mais capital, mais eficiente e um banco de impacto, para transformar as economias africana. Não é um trabalho fácil, mas acho que Sidi Ould Tah tem experiência e uma equipa forte para que o BAD consiga ajudar os nossos países no processo de transformação que precisamos de executar com a máxima celeridade”.
O BAD é um dos principais financiadores de Cabo Verde com uma carteira de cinco projetos chave apoiados com 70 milhões de euros, que incluem transportes, novas tecnologias e digitalização, modernização da administração pública e agricultura.
O arquipélago vai começar a preparar o quadro de cooperação estratégica para os próximos cinco anos - que Olavo Correia gostaria de poder estender até 10 -, para garantir maior previsibilidade e impacto na transformação da economia cabo-verdiana, a par de uma duplicação do montante de apoios do BAD.
Os encontros anuais em Adbijan serviram para manter encontros “com outros parceiros, foi uma semana intensa e proveitosa” para novos projetos que envolvam a transformação digital, modernização administrativa, promoção de cadeias de valor e economia azul, disse.
Sobre as condições de financiamento que se avistam para Cabo Verde, “não há grandes alterações” e estão mais relacionadas “com a capacidade de o BAD mobilizar recursos internacionais para apoiar, com mais escala, os países africanos que precisam de financiamento, como Cabo Verde” – um exercício que está a ser feito sob condições “mais restritivas”, num cenário de incerteza global, acrescentou.
“Há muita movimentação geopolítica que vai, seguramente, afetar o BAD, mas caberá à nova administração encontrar soluções alternativas para essas dinâmicas”, depois do voto de confiança expresso com a votação em Sidi Ould Tah, concluiu.
A Semana com Lusa
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