O cardeal Dom Arlindo Furtado apelou hoje à solidariedade de todo o país para apoiar a ilha de São Vicente, fustigada pela recente tempestade tropical, mas defendeu “um melhor planeamento e prevenção” para enfrentar futuros desafios.

"Tanto as pessoas, como as famílias, como as autoridades, mesmo os técnicos, (...), nós temos que pensar melhor, para nós planificar melhor, executar melhor projectos para qualquer coisa que surja”, apontou."Nós somos inteligentes, sensatos, temos memória e devemos aproveitar esta lição para aprender com os nossos próprios erros, e prevenir para o futuro, para qualquer coisa que chegue possamos estar preparados para enfrentar”, acrescentou.

O prelado falava à Inforpress sobre a campanha de mobilização desencadeada pelas paróquias de Santiago com o objectivo de ajudar a população de São Vicente, afectada pela tempestade tropical do dia 11 e que causou nove vítimas mortais, dois desaparecidos e vários danos materiais.

Para o cardeal, a tragédia em São Vicente deve servir de reflexão colectiva sobre a necessidade de melhor planificação e prevenção, sublinhando que não se deve “chorar sobre o leite derramado”.

“Há desgraça que devemos prevenir, naturalmente, se tínhamos pensado antes pudéssemos prevenir, mas ao menos devemos aproveitar essa lição para prevenir-nos para o futuro, (...) não precisa chorar o leite derramado”, precisou.

O bispo da diocese de Santiago sublinhou ainda que o país deve enfrentar esta situação em conjunto, não apenas para responder à emergência, mas também para preparar-se melhor para o futuro. 

"Tanto as pessoas, como as famílias, como as autoridades, mesmo os técnicos, (...), nós temos que pensar melhor, para nós planificar melhor, executar melhor projectos para qualquer coisa que surja”, apontou.

"Nós somos inteligentes, sensatos, temos memória e devemos aproveitar esta lição para aprender com os nossos próprios erros, e prevenir para o futuro, para qualquer coisa que chegue possamos estar preparados para enfrentar”, acrescentou.

Conforme disse, em São Vicente como na cidade da Praia, onde há também esse tipo de situações, torna-se essencial que todos adoptem medidas concretas e coordenadas, assentes num projecto estruturado, “com cabeça, tronco e membros”.

Nesse sentido, destacou que a diocese de Santiago enviou uma circular a todas as paróquias, incentivando a mobilização de apoio para as vítimas. 

Explicou que as contribuições poderão ser feitas através de recolha de donativos como alimentos não perecíveis, roupas, louças e outros bens ou por meio de duas contas bancárias disponibilizadas pela Cáritas Diocesana de Mindelo.

Adiantou ainda que a Cáritas de Santiago já disponibilizou roupas, louças e lençóis dos seus estoques, enviados de imediato para São Vicente e paralelamente, o próprio fundo diocesano encaminhou uma contribuição monetária.

“Essa catástrofe que aconteceu com os nossos irmãos de São Vicente é como se tivesse acontecido a todos nós e devemos estar de mãos dadas para lutar e vencer”, reforçou Dom Arlindo Furtado.

Durante a missa em honra de Nossa Senhora da Graça, celebrada a 15 de Agosto, o cardeal voltou a lembrar a importância da união e da partilha, pedindo que esta tragédia seja também um momento de reflexão para que Cabo Verde se prepare com resiliência para os desafios futuros.

A Semana com Inforpress