sábado, 17 maio 2025

E ECONOMIA

Pessoas em níveis elevados de insegurança alimentar aguda aumentam pelo 6.º ano

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Mais de 295 milhões de pessoas enfrentaram, em 2024, níveis elevados de insegurança alimentar aguda em 53 dos 65 países e territórios selecionados para o relatório da Rede Mundial contra as Crises Alimentares (GNAFC).

Este número representa 22,6% da população analisada e significa o sexto aumento anual consecutivo, de acordo com o Relatório Global sobre Crises Alimentares (GRFC) para 2025 divulgado hoje.

"Mais 13,7 milhões de pessoas enfrentaram níveis elevados de insegurança alimentar aguda em comparação com 2023 (…). A prevalência manteve-se em mais de 20% desde 2020", pode ler-se.

De acordo com o GRFC 2025, a deterioração da insegurança alimentar aguda em 19 países, causada principalmente por conflitos/insegurança na Nigéria, Sudão e Myanmar (antiga Birmânia), superou as melhorias em outros 15, incluindo o Afeganistão, o Quénia e a Ucrânia.

"Estas melhorias deveram-se às melhores condições económicas e climáticas, bem como à assistência humanitária", apontaram os autores do relatório.

Em 2025, a "intensificação dos conflitos/insegurança, o aumento das tensões geopolíticas, a incerteza económica global e os profundos cortes de financiamento estão já a agravar a insegurança alimentar aguda em alguns países".

"É provável que os choques económicos ressurjam como um dos principais causadores de insegurança alimentar aguda, uma vez que a economia global — já sobrecarregada pelo crescimento lento — enfrenta uma grande incerteza", alertam ainda os autores do GRFC 2025.

Um dos exemplos é o corte da passagem de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza no início de março e o fim do cessar-fogo, ou a manutenção dos conflitos, apesar do cessar-fogo para permitir os esforços de ajuda após o terramoto em Myanmar.

Ainda no Médio Oriente, o relatório aponta para a situação ainda delicada no Líbano, devido ao conflito com Israel, e na Síria, onde a insegurança persiste durante a transição política em curso.

"No Iémen, a assistência alimentar limitada, o colapso económico e o risco de escassez de combustível e de alimentos provocam uma terrível crise alimentar, enquanto novas hostilidades afetam as zonas do norte", alertaram.

A tendência do aquecimento global na Terra deverá manter-se em 2025 e intensificar "as condições meteorológicas extremas que podem desencadear ou agravar conflitos baseados em recursos".

Na Europa, a Ucrânia continua a sofrer ataques nas regiões leste, sul e nordeste, com danos em infraestruturas como redes elétricas e de abastecimento de água, o que "dificulta severamente a prestação de assistência".

"A devastação dos centros agrícolas e industriais no leste perturbou as economias urbanas, aumentando a pobreza", pode ler-se no relatório.

Em países da América Latina e Caraíbas o relatório aponta para o "agravamento da insegurança e do declínio económico no Haiti e o conflito na Colômbia", que devem continuar a ser os principais fatores em 2025.

"Os défices de chuva e as condições mais quentes e secas ameaçam a América Central e o nordeste da América do Sul, representando riscos para a produção agrícola, a disponibilidade de alimentos e os meios de subsistência em toda a região", acrescentam.

Na Ásia, o estudo aponta que "os extremos climáticos continuem a ser um dos principais causadores dos elevados níveis de insegurança alimentar aguda", com potencial impacto adverso na produção agrícola e agravamento da situação económica cada vez mais frágil.

A redução das doações e o fim abrupto do financiamento em 2025 afeta as operações humanitárias, com os autores do relatório a sublinharem que os "serviços de nutrição para pelo menos 14 milhões de crianças estão em risco, deixando-as vulneráveis à subnutrição aguda grave e à morte".

A Semana com Lusa

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