O Kriol Jazz Festival, um dos maiores eventos musicais de Cabo Verde, concluiu na madrugada de hoje a sua 14.ª edição com um balanço positivo, mas com desafios financeiros enfrentados para a realização do certame.
"É o momento de pensar em algumas mudanças, de adaptar o festival aos tempos de hoje e àquilo que os jovens esperam. Talvez até repensar a direção, trazendo uma visão mais nova. Hoje em dia, há muitos jovens com capacidade para fazer isso. Vamos tentar encontrar alguém para assumir essa responsabilidade e, ao mesmo tempo, trabalhar melhor o financiamento", concluiu Djô da Silva.
O evento, realizado entre os dias 10 e 12, na cidade da Praia, brilhou pela diversidade de ritmos e pela presença de artistas renomados de várias partes do mundo.
Apesar do sucesso artístico, Djô da Silva, diretor da Harmonia e responsável pela organização do festival, destacou que a sustentabilidade financeira continua a ser um desafio.
"O balanço foi bom, musicalmente correu muito bem. Conseguimos surpreender o público com artistas que muitos em Cabo Verde não conheciam e que fizeram grande sucesso. Demonstramos que, mesmo sem algumas ajudas, conseguimos realizar um evento de qualidade", afirmou Djô da Silva, em entrevista concedida à imprensa após o encerramento da edição.
O responsável pelo evento reconheceu que a organização enfrentou dificuldades financeiras, o que levou a alguns cortes no orçamento.
"Não foi fácil, mas conseguimos superar os obstáculos. Claro que a cidade perdeu um pouco com alguns cortes que tivemos que fazer. Tínhamos planeado 30 jornalistas para cobrir o evento que ajudaria a promover a cidade", explicou.
Segundo o mesmo, a promoção é importante para a Praia, pois os jornalistas fazem a cobertura e divulgam o evento para fora, o que traria benefícios para a cidade.
Djô da Silva mencionou que a Câmara Municipal da Praia “cortou cerca de 10 mil contos” do orçamento destinado ao festival, mas, mesmo assim, a organização conseguiu alegrar o público.
Questionado sobre a possibilidade de repensar o modelo do Kriol Jazz, tendo em conta o corte orçamental, o diretor do evento afirmou que, mais do que as questões financeiras, é importante refletir sobre a adaptação do festival às novas gerações.
"É o momento de pensar em algumas mudanças, de adaptar o festival aos tempos de hoje e àquilo que os jovens esperam. Talvez até repensar a direção, trazendo uma visão mais nova. Hoje em dia, há muitos jovens com capacidade para fazer isso. Vamos tentar encontrar alguém para assumir essa responsabilidade e, ao mesmo tempo, trabalhar melhor o financiamento", concluiu Djô da Silva.
Entre os destaques da edição deste ano estiveram Mário Lúcio, Nancy Vieira, Bonga (Angola), Mário Canonge (Martinica), Sona Jobarteh (Gâmbia/França), Sixun (França), Michelle David (EUA) e Las Karamba (Espanha), que trouxeram um leque eclético de estilos musicais, desde o jazz à música tradicional cabo-verdiana.
O festival também prestou homenagem ao saxofonista Totinho, falecido em 2024, uma figura fundamental na história do evento.
O Kriol Jazz Festival 2025 foi financiado com um orçamento de cerca de 20 mil contos.
A Semana com Inforpress
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