Um representante de jovens empreendedores cabo-verdianos e um membro de uma associação ambientalista apelaram esta segunda-feira a incentivos do Governo para promover alternativas aos sacos de plástico e outros utensílios, proibidos no arquipélago desde sexta-feira.
"A medida é boa”, mas “recorrer a alternativas pode ser mais caro e o Governo podia criar incentivos ", afirmou à Lusa o representante da Associação Jovem Empreendedor de Cabo Verde, Paulo Semedo.
Incentivos fiscais e preço reduzido na aquisição de outros materiais previstos na lei (biodegradáveis ou reciclados), são algumas das propostas.
De outra forma, "as pessoas e as empresas em Cabo Verde não estão preparadas para esta medida. A lei devia ser trabalhada em concertação com as empresas", referiu, admitindo que não funcione de imediato.
Paulo Semedo defende que é preciso explicar porque é que os plásticos (não biodegradáveis) estão a ser proibidos e apresentar alternativas.
Já o representante da Fundação Maio Biodiversidade, Jairson Garcia, considerou que a medida do Governo em proibir produtos de plástico "é muito importante” para mitigar a poluição, em terra e no mar.
No entanto, "as pessoas e as empresas vão ser afetadas. Usar outros tipos de produtos, de embalagens que não sejam de plástico, acarretam custos adicionais, por isso, são necessárias medidas compensatórias", afirmou.
Tão “importante” como a proibição é “dar alternativas que sejam sustentáveis e realistas", acrescentou.
Jairson Garcia recomenda ainda que, a seu tempo, haja uma fiscalização eficaz da medida.
A lei cabo-verdiana proíbe, desde sexta-feira, mais de uma dezena de produtos de plástico de utilização única (palhinhas, cotonetes, copos, recipientes para alimentos e sacos de lixo) não biodegradáveis ou menos de 50% reciclados, com o objetivo de "diminuir drasticamente a poluição plástica causada por esses materiais".
A Semana com Lusa
26 de fevereiro 2025
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