A ministra da Justiça cabo-verdiana, Joana Rosa, estimou esta terça feira que o país tenha cerca de 20 mil jovens por recensear e anunciou ações para inscrever novos eleitores antes das próximas eleições autárquicas, previstas para novembro.
“Estamos a criar condições para que os jovens possam ser mobilizados para o recenseamento, porque notámos [que haverá] cerca de 20.000 jovens ainda por inscrever”, avançou a governante, em declaração aos jornalistas, na Praia, à margem de um encontro nacional das Comissões de Recenseamento Eleitoral (CRE).
Joana Rosa quer que as comissões passem pelas escolas secundárias, universidades e locais de maior movimentação para sensibilizar os jovens a recensearem-se, a tempo de votarem nas eleições municipais deste ano.
“É preciso estimular a participação jovem nas eleições. É um trabalho que temos de fazer, mas também os partidos políticos”, apelou, prometendo dotar as CRE de “todos os recursos logísticos, técnicos e de comunicação necessários” para fazer o trabalho.
Nas últimas autárquicas em Cabo Verde, a 20 de outubro de 2020, a taxa de abstenção foi de 41,8%, a terceira maior na história eleitoral do país.
A ministra recordou que o Governo apresentou uma proposta de alteração ao Código Eleitoral, que prevê a introdução do recenseamento automático, mas que só deverá produzir efeitos a partir das eleições legislativas de 2026.
A mesma alteração prevê ainda o voto de mobilidade, para que o eleitor cabo-verdiano possa votar, no dia das eleições ou antecipadamente, onde quer que esteja, como outra forma de diminuir a abstenção.
A presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Maria do Rosário Pereira, alertou ainda para as dificuldades na mobilização de novos eleitores e pretende criar um plano para aumentar as inscrições.
“Eu penso que a diminuição da abstenção é um trabalho contínuo, não apenas da Comissão Nacional de Eleições, mas sobretudo, dos partidos políticos e dos candidatos, que devem ter a capacidade de penetrarem no terreno, de mobilizar e convencer o seu eleitorado a ir às urnas nos dias das eleições”, apontou.
A CNE propôs hoje o mês de novembro para realização das próximas eleições autárquicas no país, cuja data é marcada pelo Governo com um mínimo de 70 dias de antecedência.
A Semana com Lusa
06 de Março de 2024
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