O antigo primeiro-ministro Gualberto do Rosário alertou hoje para a “necessidade urgente” de se combater o discurso de ódio em Cabo Verde, defendendo que esta prática “deseduca” a comunidade e compromete o futuro do país.
O antigo chefe do Governo ressalvou ainda que as redes sociais, por não serem reguladas, têm contribuído para a proliferação destes discursos, uma vez que “não têm responsabilidade, nem prestam contas”.Gualberto do Rosário entregou ao Presidente da República um documento com propostas de reformas estruturais, entre as quais a criação urgente do Conselho Económico, Social e Ambiental, órgão constitucional que considera essencial para a regulação do país e para reforçar a participação da sociedade civil.
“É muito importante combater o discurso do ódio em Cabo Verde. Isto sim, é terrível, e estamos a ver o discurso do ódio desenvolver-se, e isto deseduca a comunidade, deseduca as crianças, deseduca os adolescentes, deseduca os jovens (…)”, alertou.
As declarações foram feitas no final do encontro que manteve com o Presidente da República, José Maria Neves, no âmbito do processo de auscultação de personalidades e entidades nacionais sobre a situação política do país.
Para Gualberto do Rosário, que foi primeiro-ministro entre Julho de 2000 e Fevereiro de 2001, embora a situação política nacional se mantenha de “relativa normalidade”, com os órgãos de soberania a funcionarem, os tempos de pré-campanha eleitoral têm intensificado os discursos nocivos.
Por isso, sublinhou ser fundamental que todos os intervenientes, em especial o Presidente da República, enquanto moderador por excelência do sistema político e social, actuem no sentido de combater o discurso de ódio.
O antigo chefe do Governo ressalvou ainda que as redes sociais, por não serem reguladas, têm contribuído para a proliferação destes discursos, uma vez que “não têm responsabilidade, nem prestam contas”.
Gualberto do Rosário entregou ao Presidente da República um documento com propostas de reformas estruturais, entre as quais a criação urgente do Conselho Económico, Social e Ambiental, órgão constitucional que considera essencial para a regulação do país e para reforçar a participação da sociedade civil.
“(…) É um órgão constitucional importantíssimo, com a presença da sociedade civil exclusivamente, e que é um importante elemento na regulação do país em termos gerais”, afirmou.
O político salientou igualmente a importância da reforma do Estado e defendeu, igualmente, a realização de um grande evento participativo, aberto às instituições políticas, partidos, organizações e personalidades da sociedade civil, para debater de forma plural as reformas necessárias e encontrar soluções de longo prazo.
A Semana com Inforpress
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