Alex mal chegou ao comando técnico da equipa de futebol do Sporting da Praia e já quer revolucionar o plantel. O técnico, que passou pelo Bairro e pelo Varanda, confessa que vai apostar em jogadores jovens, com força anímica, técnica e física capazes de catapultar o Sporting para altos patamares do futebol africano. Nesta entrevista ao LANCE, Alex fala também das dificuldades e resistências que ainda enfrenta no balneário do Sporting, mas acredita que com a ajuda de Di, Loloti e Dário vai impondo os seus métodos. Sobre o seu antecessor Beto, prefere não falar.
Como te sentes como o novo comandante do Sporting, uma das melhores equipas de Cabo Verde?
Sinto-me realizado, bastante feliz. Sempre sonhei que um dia haveria de treinar uma das melhores equipas de Cabo Verde. Quero ser um dos primeiros jovens a revolucionar o futebol como treinador, e hoje tenho o privilégio de treinar um dos melhores clubes de Cabo Verde.
O Alex é apontado como um caçador de promessas? Confere?
Sim. Eu sempre trabalhei com as camadas de formação e quem seguiu o meu trabalho no Bairro e no Varanda reparou que sou um treinador que aposta nas novas gerações. Certamente o meu projecto no Sporting não será diferente. Para a próxima temporada vamos mesclar os jogadores jovens com elementos mais maduros, porque assim teremos uma equipa que futuramente contribuirá para engrandecer o futebol de Cabo Verde.
Projectos?
Ainda nesta época temos o desafio de defender o título no campeonato nacional. Depois vamos preparar a próxima temporada com calma. Queremos uma equipa capaz de jogar um futebol alegre e que revolucione completamente o futebol em Cabo Verde.
Então, vamos ter um Sporting renovado?
Sim, vamos ter renovação. Existem coisas que vou deixar um pouco de lado. A direcção quer ter jovens com talento a jogar no Sporting e contrataram-me porque sou uma pessoa que já trabalhou muito com a camada de formação. Estou certo que podemos apostar nesta nova geração e dar-lhe oportunidade para mostrar o seu talento. É essa ideia que trazemos ao Sporting. Queremos atingir um nível de futebol com mais qualidade.
Achas que esta nova geração está preparada para este desafio?
Esta nova geração está recheada de talentos. Claro que ainda lhes falta uma preparação. O meu desafio é trabalhar esta área, tentar preparar os atletas precisamente para que se enquadrem "perfeitamente" dentro de uma equipa. E uma das minhas especialidades é formar atletas. É o que já faço há nove anos, trabalhando com as camadas jovens.
Todos aqueles com quem já trabalhei são hoje jogadores de categoria. Seria um grande orgulho trazer um deles para o Sporting. Vamos trabalhar para isso, pois um clube com a dimensão do Sporting precisa apostar forte no seu plantel, já que entra em todas as competições para vencer.
Que dificuldades são essas dos atletas?
A maior parte dos atletas não passa por uma fase de formação, por uma escola de futebol. Não têm conhecimento táctico. Desta forma não vão conseguir entrosar numa equipa, desempenhar o seu papel no conjunto. Pudera, nunca tiveram ninguém que lhes tivesse ensinado desde o início como é que se devem comportar no rectângulo de jogo. Esta é uma crise que afecta praticamente todos os clubes de Santiago. Pelo facto de eu já ter trabalhado nesta área, consigo desempenhar bem esse papel, o de ensinar como os atletas devem desempenhar a sua função no campo.
Por agora, achas que há algo na equipa que deve ser mudado?
Neste momento não existe nada a mudar. No entanto, estou a apostar numa filosofia de jogo, que é um futebol de ataque. Sobre a renovação na equipa, isto vai ser para o próximo ano.
Como é que os jogadores do Sporting receberam a nova equipa técnica?
No princípio não é nada fácil. Quando se muda um treinador com quem os jogadores trabalham muito tempo, e existindo uma grande amizade entre eles, há sempre dificuldade. Neste momento estou a usar um pouco do meu trabalho na área de psicologia, pois não é nada fácil. Tento fazer de tudo para ver se consigo estar mais perto deste grupo. Já demonstrei a minha forma de liderar e existem três capitães que têm estado a ajudar-me fortemente a fazer o meu trabalho.
De quem estás a falar?
É o caso do Di, Loloti e Dário.
LANCE soube também que chegaste a afirmar que a equipa técnica formada por Beto e Djimmy não te deu oportunidades, na medida em que só sabem trabalhar com jogadores "caducos, viciados" e no fim de carreira. Queres comentar?
Não tenho nada a comentar sobre esses dois treinadores.
E por último, qual é o teu prognóstico para o campeonato nacional e a liga africana de clubes?
O nosso principal objectivo é ganhar o campeonato de Cabo Verde. Depois pensaremos na liga de África. De qualquer modo, o Sporting já participou na liga africana e a experiência mostra-nos que, se queremos atingir um patamar de futebol bastante alto, temos que competir com as equipas do nosso Continente. No entanto, neste momento temos de nos concentrar na ideia de revalidar o título nacional.
Entrevista: Nadine Gomes
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