O presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Francisco Carvalho, manifestou hoje a sua preocupação com a governança do país nas áreas dos transportes aéreos e marítimos, água e electricidade e da pobreza.
“Em qualquer momento que havia avaria num grupo, tinha um segundo grupo capacitado a 100% para fornecer luz. Hoje estamos sem barcos nem aviões e a energia eléctrica está sendo um problema que já estava esquecido da memória dos cabo-verdianos”, afirmou, sublinhando ser este um “falhanço total” em termos de opções políticas que tenta “mascarar a pobreza no país”.
Francisco Carvalho fez, segundo a Inforpress, estas declarações à imprensa à margem do encontro de auscultação que o PR convidou os partidos políticos, sociedade civil e outros para falar da actual situação política nacional.
“Ao encontro com o Presidente da República trouxemos, sobretudo, questões que temos sentido na sociedade cabo-verdiana, que são de fundo e que têm a ver, sobretudo, com as opções políticas que têm sido tomadas ao nível de governação do país”, disse, apontando as áreas dos transportes aéreos e marítimos, água e electricidade.
Entre as questões básicas elencadas por Francisco Carvalho a pobreza enfrentada no país foi considerada como uma “má opção politica” já que em 2016, segundo disse, Cabo Verde estava caminhando para a redução de uma “real pobreza”.
Ao referir-se sobre estas áreas, o líder do PAICV lembrou que o Chefe de Estado foi alguém que esteve ligado à governação do país, que conhece a fundo as medidas e as boas opções políticas implementadas em 2016 a nível dos transportes aéreos e marítimos, assim como a construção de portos e aeroportos.
Realçou também que, em 2016, o país estava num bom caminho em termos de água e electricidade, com medidas de fundo tomadas tanto na construção de barragens como na área de energia em que a Electra tinha “200 por cento (%) de capacidade de produção”.
“Em qualquer momento que havia avaria num grupo, tinha um segundo grupo capacitado a 100% para fornecer luz. Hoje estamos sem barcos nem aviões e a energia eléctrica está sendo um problema que já estava esquecido da memória dos cabo-verdianos”, afirmou, sublinhando ser este um “falhanço total” em termos de opções políticas que tenta “mascarar a pobreza no país”.
Segundo a fonte deste jornal, apontou ainda como problemas para Cabo Verde a adulteração de dados estatísticos, denunciado pelos próprios funcionários do Instituto Nacional de Estatística (INE) que indicam que tal ordem vem dos superiores.
Após toda esta acusação, Francisco Carvalho afirmou que o PAICV é portador de propostas concretas para o futuro do país, tendo assumido desde a primeira hora que a questão dos transportes é um assunto de soberania nacional que deve entrar na lista do Governo como prioridade.
“Nós temos propostas concretas nas ligações entre ilhas garantidas, no combate à pobreza na resolução do problema de água e energia para podermos colocar Cabo Verde no nível de desenvolvimento que merece”, precisou, sublinhando que o PAICV vai resolver, em 2026, os problemas que está levando o país a “um retrocesso”.
Questionado sobre a sua opinião quanto ao monumento que vai custar ao Governo cerca de 150 mil contos, Francisco Carvalho avançou que é fundamental que seja auscultado o que a sociedade está a dizer sobre esta matéria.
“A opinião pública é importante e eu enquanto presidente do PAICV estou em total sintonia com a sociedade cabo-verdiana, pois, temos problemas mais graves que deveria passar para frente e que tem a ver com apoio à educação, acesso à saúde, entre outros”, acrescentou.
Quanto ao problema que tem surgido com os materiais didácticos encomendados pelo Ministério da Educação no que toca à língua crioula, o presidente do PAICV realçou que quem deve falar sorte o tema são os técnicos da área.
“Eu sou defensor da língua cabo-verdiana. Tem um conjunto de matérias onde o poder político tem de ter capacidade de contenção e não interferir, deixando os técnicos trabalhar”, disse, sustentado que o político tem de aprender a não ficar na luz toda hora e dar “palco aos técnicos e especialistas”.
Segundo ainda a Inforpress, Francisco de Carvalho foi acompanhado ao encontro com o PR por uma delegação do partido constituído por Vladmir Ferreira e Adélcia Tavares.
Terms & Conditions
Report
My comments