quinta-feira, 11 setembro 2025

Dinheiro ilícito: África perde por ano 88 mil milhões

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há 1 hora

Relatório da União Africana dá conta que fluxos ilícitos de dinheiro em África aumentaram nos últimos dez anos e prejudicam o desenvolvimento de vários países, revela DW.

África perde anualmente 88 mil milhões de dólares, cerca de 76 mil milhões de euros, devido à evasão fiscal, lavagem de dinheiro e corrupção. O alerta é da União Africana num relatório recente, no qual dá conta que este montante tem vindo a aumentar nos últimos dez anos.

"Elites escondem dinheiro em paraísos fiscais"

 

Segundo a mesma fonte, Christoph Trautvetter, coordenador da associação alemã "Netzwerk Steuergerechtigkeit" (Rede de Justiça Fiscal), explica que África perde quantias tão elevadas porque "empresas transferem os seus lucros para paraísos fiscais e a elite corrupta acumula dinheiro em contas no exterior”.

"Os danos diretos são ainda maiores, porque este sistema promove a corrupção e a criminalidade e enfraquece os Estados que, na verdade, deveriam garantir o desenvolvimento", diz Trautvetter à DW.

O especialista sublinha ainda que "os ricos e poderosos, tanto em África como no Norte global, acabam por beneficiar deste sistema e há uma enorme resistência a garantir mais transparência e melhor cooperação e a reformá-lo profundamente".

O relatório da União Africana alerta que as mudanças geopolíticas globais dos últimos dez anos tornaram África ainda mais vulnerável aos fluxos financeiros ilícitos.

Dívidas ocultas: O crime compensa?

 

Conforrme a DW, Fatores como a rivalidade entre os EUA e a China, a pandemia da COVID-19, o conflito entre a Rússia e a Ucrânia e as consequências geopolíticas das alterações climáticas, tiveram um impacto negativo. Além disso, pesa a enorme dívida pública de muitos países africanos. 

O camaronês Idriss Linge, especialista em justiça fiscal, salienta que as perdas fiscais afetam África de forma particularmente grave e explica: "os fluxos financeiros ilícitos existem em todo o mundo, mas África é a mais afetada, porque os orçamentos já estão fortemente sobrecarregados", afirma à DW.

"Fluxos financeiros ilícitos estão a sugar África"

"As multinacionais exploram a indústria extrativa, os paraísos fiscais permitem-lhes pagar menos impostos e a falta de transparência encobre tudo isso. Os fluxos financeiros ilícitos estão a sugar África", acrescenta.

Países ricos em matérias-primas, como Angola, Nigéria e a República Democrática do Congo, são os mais vulneráveis, diz Linge. Só na Nigéria, milhares de milhões foram perdidos devido à transferência de lucros no setor petrolífero.

"Esse dinheiro poderia fornecer água potável a 500 000 pessoas, saneamento a 800 000, escolaridade a 150 000 crianças e salvar mais de 4000 crianças por ano através de melhores cuidados de saúde. Os fluxos financeiros ilícitos não são abstratos - eles negam direitos às pessoas.”

As consequências dessas práticas criminosas são graves. Falta dinheiro, por exemplo, para pagar professores e médicos, desenvolver a resiliência climática ou financiar o desenvolvimento.

Linge,  tal como os autores do relatório da União Africana, exige uma cooperação mais coordenada no continente e a monitorização constante dos sistemas financeiros, refere DW.

 

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Opiniões e Feedback

Semedo
1 day 23 hours

O sindicato grevista é extremista e quer resolver os assuntos à " "pancada" .o outro Sindicato é mais sensato Que culpa ...

Tera
4 days 5 hours

Leberdade e dereito de expresso Haha Haja consencia tudo isso e para benefícios proprio, Como saude e comprar casas na USA ...

mano
4 days 10 hours

Na uxem a propriedade privada para colar cartazes e escrever nas paredes...na faxas ixo

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