Luis Antonio Tagle, 67 anos, natural das Filipinas e Pietro Parolin, o italiano que é secretário de Estado da Santa Sé, com 70 anos: estes são dois favoritos a suceder ao Papa Francisco no Conclave que se iniciou esta quarta-feira. O site “College of Cardinals Report” enumera um grupo restrito de doze cardeais dos quais pode sair o líder da Igreja Católica, mas são estes dois que podem liderar as preferências entre os cardeais.
De forma semelhante a Francisco, que sempre buscou demonstrar informalidade, rejeição à ostentação do Vaticano e abertura progressista, o cardeal filipino prefere ser chamado pelo seu apelido, Chito.
Os acordos foram renovados em 2024 por mais quatro anos, em medida que foi vista por analistas como um sinal de avanço na confiança entre os dois Estados, embora o histórico esteja cheio de tensões e persistam limitações à liberdade de culto no país.
Na corrida de especulações sobre quem deve ser o próximo papa, alguns vaticanistas acreditam que, após um pontificado mais conservador como o de Bento XVI e mais progressista como o de Francisco, a Igreja Católica procure um nome moderado, que represente continuidade.
Se a suposição se confirmar, é provável que o próximo líder do Vaticano seja o atual secretário de Estado da Santa Sé, o italiano Pietro Parolin —um diplomata conhecido por não se comprometer com as posições mais polémicas da Igreja hoje, mas aberto a continuar o caminho de reformas iniciado por Francisco.
Graças à sua posição na hierarquia da Santa Sé —o cargo de secretário de Estado, que Parolin ocupa há mais de dez anos, faz dele a pessoa mais importante no Vaticano, atrás apenas do papa— e à sua cooperação com Francisco, o cardeal é visto como o sucessor natural de Bergoglio. No círculo de apostas sobre o novo pontífice tem aparecido no topo.
Mas o nome de Parolin não é unânime. Além de ser visto por conservadores e progressistas com desconfiança por declarações ambíguas sobre a aceitação a casais LGBTQIA+, divorciados e o futuro do celibato, os seus críticos apontam o facto de que o cardeal não tem experiência pastoral —isto é, nunca chefiou uma paróquia ou trabalhou em contato direto com fiéis.
Com efeito, o caminho de Parolin até atingir a alta hierarquia da Igreja mais se assemelha ao de um servidor público de carreira do que de um religioso. Nascido em 1955 na região de Veneza, filho de um comerciante e uma professora, tornou-se padre em 1980. Em seguida, formou-se em direito canônico na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, e estudou na Pontifícia Academia Eclesiástica, a escola de diplomatas do Vaticano.
Com a eleição de Francisco em 2013, o italiano, então com 58 anos, foi reconvocado à Santa Sé e nomeado secretário de Estado —o mais jovem no cargo desde 1929, quando Eugenio Pacelli, mais tarde eleito papa Pio 12, chegou ao posto.
O período de Parolin à frente das relações exteriores do Vaticano foi marcado por uma tentativa do cardeal de implementar as prioridades de Francisco, buscando a resolução de conflitos ao redor do mundo. Ele negociou a reaproximação entre os Estados Unidos e Cuba durante o governo de Barack Obama, mediou conversas entre o regime de Nicolás Maduro e a oposição venezuelana e se tornou o primeiro secretário de Estado do Vaticano a visitar Moscou em quase duas décadas.
Também negociou a proteção de civis no Afeganistão após o retorno do Talibã ao poder e condenou tanto a invasão da Ucrânia por parte da Rússia quanto a destruição e mortes de civis causadas por Israel na Faixa de Gaza.
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