quarta-feira, 09 julho 2025

Um "desastre" e "um eclipse": o que explica que o Chega não cresça tanto em Portugal como o resto da extrema-direita na Europa

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O politólogo José Filipe Pinto garante que a escolha de Tânger Corrêa foi decisiva para este mau resultado, que só não foi pior porque nos últimos dias Ventura tirou-lhe o protagonismo.

 

José Filipe Pinto - autor de vários trabalhos sobre o populismo - garante que o resultado do Chega só não foi pior porque, entretanto, se deu um "eclipse". “A forma como Tânger Corrêa foi eclipsado pela omnipresença de André Ventura na parte final da campanha ajudou a minorar o descalabro". Tratou-se, garante o politólogo, de uma estratégia de última hora do líder do Chega quando percebeu o problema que tinha entre mãos. "Na segunda fase da campanha André Ventura começou a aparecer sempre à frente do candidato, mostrando que tinha voltado ao foco no líder do partido", diz, explicando que até então Ventura estava mais dedicado às eleições na Madeira e à ação no Parlamento.

 

Ao contrário da que se está a registar pela Europa nestas eleições, onde a extrema-direita ganhou terreno, em Portugal o Chega perdeu força. "O Chega ainda é recente e funciona como um partido unipessoal", começa por explicar o politólogo José Filipe Pinto, especialista no tema, acrescentando: "A escolha do cabeça de lista ajudou ao desastre". 

De acordo com o especialista, António Tânger Corrêa "foi-se mostrando mal preparado e não transmitiu segurança ao eleitorado". Além disso, nota, faltou-lhe capacidade para "identificar as bandeiras do partido e ter uma boa argumentação".

Nestas eleições europeias de 2024, o Chega perdeu cerca de 700 mil votos face às últimas eleições legislativas. Ou seja, se nas eleições de março deste ano, o partido de André Ventura conseguiu mais de um milhão de votos, agora ficou com menos de 400 mil. Com uma percentagem de 9,79%, o Chega conseguiu eleger dois eurodeputados: António Tânger Corrêa, que era cabeça de lista, e Tiago Moreira de Sá. O Chega conseguiu manter o terceiro lugar como força política mais votada, mas com pouca diferença em relação à Iniciativa Liberal. Ao todo, teve apenas mais 28 mil votos do que a IL. 

Já nas sondagens, nomeadamente a da TVI/CNN Portugal, tinham revelado uma queda do partido de André Ventura, atribuindo-lhe entre 1 e 3 eurodeputados.

José Filipe Pinto - autor de vários trabalhos sobre o populismo - garante que o resultado do Chega só não foi pior porque, entretanto, se deu um "eclipse". “A forma como Tânger Corrêa foi eclipsado pela omnipresença de André Ventura na parte final da campanha ajudou a minorar o descalabro". Tratou-se, garante o politólogo, de uma estratégia de última hora do líder do Chega quando percebeu o problema que tinha entre mãos. "Na segunda fase da campanha André Ventura começou a aparecer sempre à frente do candidato, mostrando que tinha voltado ao foco no líder do partido", diz, explicando que até então Ventura estava mais dedicado às eleições na Madeira e à ação no Parlamento.

Outras das questões que, segundo o especialista em populismos, contribuiu para que o Chega não tenha crescido tanto como em outros países europeus é a falta de "história". Ou seja, no resto da Europa, partidos como o de Le Pen ´"já tiveram tempo para se cimentar". De sublinhar ainda, admite José Filipe Pinto, que há questões relacionadas com o "tecido social português" que é diferente de países como a França, onde, por exemplo, a questão da presença "muçulmana" tem mais peso - sendo uma das bandeiras do partido de extrema-direita.

Mesmo em Espanha, diz ainda José Filipe Pinto, o crescimento do VOX também se deve a uma característica deste país, que Portugal não tem. "O separatismo é uma das bandeiras do VOX" que o faz crescer.

A Semana com CNN Portugal

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