O primeiro-ministro cabo-verdiano afastou esta quinta-feira qualquer cenário de caos nas ligações aéreas domésticas, uma vez que os voos estão a ser assegurados pela companhia estatal TACV, contrariando declarações do Presidente da República.
“Não há caos com a suspensão ou saída da Bestfly do mercado. O transporte está a ser assegurado pela Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV)” e os passageiros estão protegidos, referiu Ulisses Correia e Silva, numa mensagem divulgada no Facebook.
“Num dos encontros com o Presidente da República, informei-o da situação operacional e das fragilidades da administração da TICV [Transportes Interilhas de Cabo Verde], detida em 70% pela Bestfly”, concessionária que abandonou a operação que havia recebido em 2021.
Segundo o primeiro-ministro, o chefe de Estado, José Maria Neves, também foi informado “da decisão de criar uma empresa de capitais públicos nos transportes aéreos interilhas”, decorrendo uma fase transitória com a TACV.
O Governo assegurou esta fase de transição “com os contratos de ‘leasing’ com a Air Senegal e a Global Aviation, evitando que as dificuldades da Bestfly fizessem colapsar as ligações entre as ilhas”.
Assim, dois aviões estão a operar, “tendo transportado, no primeiro mês de operação (março), 16.720 passageiros, com uma média de 78 voos semanais, superior aos do mês homólogo (75 voos semanais)” realizados entre ilhas.
Primeiro numa declaração pública, na segunda-feira, e depois numa entrevista à Lusa, na quarta, José Maria Neves classificou a situação dos transportes aéreos em Cabo Verde como "caótica" e disse que tem prejudicado o país, pedindo às autoridades "medidas urgentes".
O Presidente da República exemplificou que, nos últimos dias, por falta de ligações entre as ilhas, "houve problemas" na realização dos jogos da Taça de Cabo Verde em futebol e outras "realizações importantes" estão a ser prejudicadas.
Numa análise mais alargada, referiu que, “neste domínio, as parcerias não têm funcionado”.
“Já estamos na terceira parceria, primeiro com a Binter, depois a Icelandair e a BestFly. Neste momento, as negociações para novas parcerias têm que ser feitas em bases mais sustentáveis", defendeu.
A Semana com Lusa
Terms & Conditions
Subscribe
Report
My comments