O PAICV defendeu hoje que o governo promove, na ilha do sal, a copnferência sobre “a democracia, a liberdade e a boa governação”, denunciadno que «é imoral investir 55 mil contos neste evento, apenas para convencer a comunidade internacional», mas ignorando por completo o povo cabo-verdiano sofredor.
O líder do maior partido da oposição, Rui semedo, que falava em conferência de imprensa, salientou que, analisados os custos e os benefícios do evento, a prioridade não era seguramente o investimento deste montante naquilo que considera ser a operação de marketing sem qualquer retorno para as populações.
«Num país onde o desemprego e a pobreza só não incomodam os desalmados e insensíveis que nos governam, é imoral investir 55 mil contos neste evento apenas para convencer a comunidade internacional, mas ignorando por completo este povo sofredor» fundamentou.
Segundo ele, em Cabo Verde o que falta não são essas conversas sobre a democracia “que alimentam os egos dos que a atropelam no quotidiano das nossas vidas”, mas sim a prática da democracia.
Semedo fefendeu que no país o que faz falta é um investimento sério na qualidade de governação, na melhoria da participação política e na interiorização da democracia enquanto dimensão da nossa própria cultura.
Para o presidente do PAICV, tudo isso consegue-se com a vontade política e com o respeito consequente pelas diferenças e pelas ideias dos outros.“Se quisermos ser verdadeiramente livres e ter uma democracia de qualidade, temos que promover a liberdade de expressão e deixar de condicionar ou perseguir aqueles que não leem pela cartilha do Governo”.
Outras prioridades com a democracia
Rui Semedo crescentou que se quisermos ter democracia, liberdade e boa governação, temos de criar todas as condições para que os cidadãos não tenham medo de criticar os desmandos da atual governação de Ulisses Correia e Silva, suportada pelo MpD, que prejudicam claramente o desenvolvimento de Cabo Verde. E continou a enumerarar outras prioridades com a democracia, com destaque para as seguintes:
- Se quisermos ser verdadeiramente livres e ter uma democracia de qualidade temos que promover a liberdade de expressão e deixar de condicionar ou perseguir aqueles que não leem pela cartilha do Governo.
- Se quisermos ter democracia, liberdade e boa governação temos de criar todas as condições para que os cidadãos não tenham medo de criticar os desmandos da governação que prejudicam claramente o desenvolvimento do país.
- Se quisermos ter democracia, liberdade e boa governação temos que fazer uma gestão séria, rigorosa e transparente dos recursos públicos.
- Se quisermos ter democracia, liberdade e boa governação temos que passar a prestar contas com transparência, reconhecer os erros e as falhas e responsabilizar os prevaricadores.
- Se quisermos ter democracia, liberdade e boa governação temos que responsabilizar ministros que escondem relatórios de inspeções públicas encobrindo irregularidades graves e nocivas dos interesses públicos.
- Se quisermos ter democracia, liberdade e boa governação temos que promover os concursos públicos nos negócios do Estado e deixar de vender os ativos e patrimónios públicos por ajustes diretos à empresas e pessoas escolhidas a dedo.
- Se quisermos ter democracia, liberdade e boa governação temos que promover o diálogo social forte, respeitando as reivindicações das classes profissionais como os professores, por exemplo, que estão votados a um total desprezo.
- Se quisermos ter democracia, liberdade e boa governação tem que haver mais partilha de informações com a sociedade, com o Parlamento e com a oposição democrática sobre as questões estratégicas para o país.
- Se quisermos ter democracia, liberdade e boa governação temos que garantir iguais oportunidades para todos os cidadãos e não transformar o Estados em distribuidor de favores para os apoiantes.
- Se quisermos ter democracia, liberdade e boa governação temos que deixar de discriminar as Câmaras Municipais que não têm a mesma cor política.
- Se quisermos ter democracia, liberdade e boa governação temos que deixar de instrumentalizar ou manipular a situação de pobreza das pessoas e influenciar, por essa via, a escolha livre dos cidadãos.
- Se quisermos ter democracia, liberdade e boa governação temos que criar todas as condições para uma justiça mais justa e mais acessível às pessoas.
O líder do PAICV conclui, afrimando que «para qualificar a nossa democracia precisamos claramente de fazer mais e falar menos».
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