Treze veículos ligeiros e cinco motociclos foram incendiados durante a noite na zona de Lisboa e três edifícios sofreram danos, em desacatos após a morte de um homem por um polícia na Amadora, anunciou hoje a PSP.
“A PSP repudia e não tolerará os actos de desordem e de destruição praticados por grupos criminosos, apostados em afrontar a autoridade do Estado e em perturbar a segurança da comunidade, grupos esses que integram uma minoria e que não representam a restante população portuguesa, que apenas deseja e quer viver em paz e tranquilidade”, sublinhou a polícia.
“O grosso dos incidentes” concentraram-se numa só ocorrência na freguesia de Benfica, em Lisboa, indicou hoje a PSP num novo balanço, referindo que na última noite foram ainda incendiados sete contentores de lixo e um sofá deixado na via pública, além de ter sido bloqueada uma artéria com mobiliário urbano.
A polícia deteve um suspeito e identificou outro.
Segundo a polícia, as ocorrências de incêndio em mobiliário urbano e em veículos ligeiros e motociclos, na Área Metropolitana de Lisboa, ocorreram nos concelhos do Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures e Vila Franca de Xira, “sendo que o grosso dos incidentes se concentrou numa só ocorrência na freguesia de Benfica”, em Lisboa.
Segundo a PSP, estas ocorrências foram registadas depois do balanço feito na noite de sexta-feira, relativo a incidentes verificados desde o início dos distúrbios e até sexta-feira.
Nesse balanço, a PSP indicou 123 ocorrências, a detenção de 21 cidadãos e a identificação de 19 entre segunda e sexta-feira.
A PSP indicou ainda que nesse período foram feridas sete pessoas, entre elas dois polícias que foram apedrejados e cinco cidadãos esfaqueados ou queimados, nomeadamente um motorista da Carris Metropolitana, que, segundo a empresa de transportes, ficou em estado grave, embora já fora de perigo de vida.
Tinham sido detidos 21 suspeitos e identificadas 19 pessoas.
A PSP destacou que foram danificadas cinco viaturas policiais (baleadas, incendiadas e apedrejadas), incendiados 16 veículos ligeiros e dois motociclos, além dos danos causados em cinco autocarros, dos quais quatro foram incendiados e um apedrejado.
Foi também verificado um “atentado” contra uma esquadra da PSP, através do arremesso de engenhos pirotécnicos.
“A PSP repudia e não tolerará os actos de desordem e de destruição praticados por grupos criminosos, apostados em afrontar a autoridade do Estado e em perturbar a segurança da comunidade, grupos esses que integram uma minoria e que não representam a restante população portuguesa, que apenas deseja e quer viver em paz e tranquilidade”, sublinhou a polícia.
Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.
Segundo a PSP, o homem pôs-se “em fuga” de carro depois de ver uma viatura policial e “entrou em despiste” na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, “terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca”.
A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação “séria e isenta” para apurar “todas as responsabilidades”, considerando que está em causa “uma cultura de impunidade” nas polícias.
A Inspeção-Geral da Administração Interna e a PSP abriram inquéritos e o agente que baleou o homem foi constituído arguido.
A Semana ccom Lusa
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