O Presidente de Cabo Verde expressou hoje “profunda tristeza” pela morte do cabo-verdiano Odair Moniz, baleado na segunda-feira por um agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) no bairro da Cova da Moura, Amadora, Portugal.
José Maria Neves apontou ainda “a importância de acreditar na justiça, que deve atuar com rigor e imparcialidade para esclarecer todos os factos e imputar responsabilidades, se for o caso”.No apelo à calma com que termina o comunicado da presidência, refere-se que “a violência sempre gera mais violência” e que é essencial procurar “o melhor caminho para a resolução dos problemas, acompanhando o caso com serenidade até a conclusão das investigações”.
Na nota de pesar, José Maria Neves manifestou “solidariedade à família enlutada, amigos e a todos os que conviveram com o jovem”, transmitindo “as mais sentidas condolências”.
O chefe de Estado afirmou ser “lamentável a forma trágica” da morte que “entristece a todos”, entendendo-se “o sentimento de revolta e indignação que reina no seio da comunidade cabo-verdiana”.
Todavia, o chefe de Estado apela a que haja “calma e serenidade”, confiando “nas autoridades do país”, lembrando que o Ministério da Administração Interna de Portugal já determinou a abertura de um inquérito “com caráter de urgência” para apurar os factos relacionados com a morte de Odair Moniz.
José Maria Neves apontou ainda “a importância de acreditar na justiça, que deve atuar com rigor e imparcialidade para esclarecer todos os factos e imputar responsabilidades, se for o caso”.
No apelo à calma com que termina o comunicado da presidência, refere-se que “a violência sempre gera mais violência” e que é essencial procurar “o melhor caminho para a resolução dos problemas, acompanhando o caso com serenidade até a conclusão das investigações”.
Odair Moniz, de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.
Segundo a PSP, o homem pôs-se “em fuga” de carro depois de ver uma viatura policial e “entrou em despiste” na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, “terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca”.
A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação “séria a isenta” para apurar “todas as responsabilidades”, considerando que está em causa “uma cultura de impunidade” nas polícias.
A Inspeção-Geral da Administração Interna abriu um inquérito urgente e também a PSP anunciou um inquérito interno, enquanto o agente que baleou o homem foi constituído arguido.
Desde a noite de segunda-feira foram registados desacatos no Zambujal e, já na terça-feira, noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados dois autocarros, automóveis e caixotes do lixo, e detidas três pessoas. Dois polícias receberam tratamento hospitalar devido ao arremesso de pedras e dois passageiros dos autocarros incendiados sofreram esfaqueamentos sem gravidade.
A Semana com Lusa
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